Um total de 3.773 militares da Armênia morreram durante os 44 dias do mais recente conflito com o Azerbaijão na disputa pela região de Nagorno-Karabakh, disse nesta terça-feira (23) o primeiro-ministro armênio Nikol Pashinian. As informações são da Radio Free Europe.
Falando a parlamentares na Assembleia Nacional durante apresentação do novo plano de cinco anos do governo, Pashinian acrescentou que 243 soldados permanecem desaparecidos, enquanto outros que foram feitos prisioneiros ainda não retornaram.
A apresentação de Pashinian foi interrompida quando o porta-voz da câmara repreendeu uma política da oposição, Anna Mkrtchian, que chamou o primeiro-ministro de “derrotista” e ordenou que os seguranças a retirassem. Ela reagiu e houve um breve conflito com os guardas.
Pashinian acrescentou que milhares de pessoas foram deslocadas de suas casas como resultado dos combates, causando danos socioeconômicos “extraordinários” como parte das “graves consequências” da guerra.
O Azerbaijão, por sua vez, informou que 2.783 de seus soldados morreram em combate.
Por que isso importa?
A rivalidade entre os dois países remete à disputa pela região de Nagorno-Karabakh, território azeri de maioria armênia que declarou independência do Azerbaijão em meio a uma guerra entre 1988 e 1994. O confronto causou 30 mil mortes e desalojou centenas de milhares de pessoas. A reivindicação de independência não é reconhecida por nenhum país.
Desde 1994, a região está sob controle das forças que o governo azeri diz incluir tropas fornecidas pela Armênia, após um cessar-fogo estabelecido com a ajuda de Rússia, Estados Unidos e França. No entanto, o acordo nem sempre é respeitado, e até hoje não surgiu uma solução duradoura para a questão.
Em 2020, um novo conflito armado entre os dois países durou 44 dias e deixou milhares de mortos na região disputada. A paz foi novamente estabelecida no início deste ano, em um acordo mediado pela Rússia que é visto com desconfiança pela população armênia.
A Armênia decidiu ceder às tratativas de cessar-fogo quando se viu encurralada pelas forças azeris na capital regional, Stepanakert.
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