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quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Irã condena britânico e alemã com dupla cidadania a mais de dez anos de prisão

A Justiça do Irã condenou a mais de dez anos de prisão um homem e uma mulher iranianos, ambos com dupla nacionalidade e qualificados por grupos de defesa dos direitos humanos como “presos políticos”. A decisão gerou uma campanha online em defesa dos réus. As informações são da agência qatari Al Jazeera.

Nahid Taghavi, de 66 anos e nascida no Irã, tem também a nacionalidade alemã e vivia em Colônia, cidade no oeste da Alemanha. Mehran Raouf, de 64 anos, também tem dupla nacionalidade, iraniana e britânica, e alterna sua residência entre os dois países.

Nahid Taghavi foi condenada a mais de dez anos de prisão no Irã (Foto: divulgação)

“Condenar dois idosos pacíficos à prisão sob falsas acusações em um momento em que a pandemia de Covid-19 está devastando o país revela a crueldade do sistema judicial iraniano”, disse Hadi Ghaemi, diretor-executivo da ONG Centro de Direitos Humanos no Irã.

Taghavi foi presa em Teerã em outubro, quando visitava a família. Ela é ativa em causas de defesa dos direitos das mulheres e da liberdade de expressão no Irã. Raouf é ativista dos direitos trabalhistas e foi detido no mesmo período.

O veredito, anunciado a portas fechadas, foi confirmado pelo advogado dos réus, Mostafa Nili. “A Seção 26 do Tribunal Revolucionário condenou a Sra. Nahid Taghavi e o Sr. Mehran Raouf a dez anos de prisão por participarem da gestão de um grupo ilegal, e a oito meses de prisão por atividades de propaganda contra o regime”.

Covid-19 na prisão

Mariam Claren, filha de Nahid Taghavi, contou no Twitter no domingo (1) que a mãe contraiu Covid-19 na prisão. Ela diz que a mãe tem febre, dores no corpo e náusea, e o fato de ser diabética piorou a condição de saúde dela. O médico que a atendeu na prisão teria recomendado que o tratamento fosse feito fora do presídio.

Em outro post, Mariam diz que a mãe “não cometeu nenhum crime. A menos que a liberdade de expressão, a liberdade de pensamento seja ilegal. Desde que a conheço, sua única luta foi pelo povo oprimido do Irã. Portanto, ela está presa. Como milhares de outros prisioneiros políticos. Temos que lutar por sua liberdade”.

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