Entre janeiro e junho deste ano, pelo menos 1.146 pessoas morreram afogadas no Mar Mediterrâneo, enquanto faziam a travessia rumo à Europa. A OIM (Organização Internacional para Migrações), que divulgou os dados na quarta-feira (14), destaca que o total de vítimas mais que dobrou na comparação com o mesmo período de 2020.
O levantamento mostra a situação atual em algumas das rotas marítimas mais perigosas do mundo. No primeiro semestre do ano, houve ainda um aumento de 58% no total de migrantes que tentaram chegar à Europa pelo mar.
O diretor-geral da agência, António Vitorino, pede aos países que “tomem, com urgência, medidas para proteger os migrantes e reduzir o número de fatalidades” e sugere que os governos ampliem as tarefas de busca e de resgate, garantindo assim que essas pessoas tenham acesso a um processo de migração seguro e legal.
A análise da OIM mostra que o aumento das mortes está relacionado com operações insuficientes de busca e regaste, tanto no Mediterrâneo quanto na rota do Atlântico para as Ilhas Canárias.
Ilhas Canárias
A maioria das vítimas, 741 pessoas, morreram na rota do Mediterrâneo Central, enquanto 149 afogaram-se ao atravessar o Mediterrâneo Ocidental. No primeiro semestre, houve também 250 mortes de migrantes que tentavam chegar às Ilhas Canárias espanholas por meio da rota da África Ocidental/Atlântico.
Mas a OIM destaca que esta contagem pode ser baixa. Várias ONGs reportaram “naufrágios invisíveis”, que são situações “extremamente difíceis de serem confirmadas”, mas que indicam que o total de mortes no Mediterrâneo pode ser muito maior.
Caso
Um exemplo aconteceu em março, quando o rapper nigeriano Sohail Al Sagheer, de 22 anos, desapareceu. Ele e mais nove amigos haviam deixado a Nigéria rumo à Espanha.
A família iniciou então uma busca pelo jovem, em meio a rumores de que ele poderia ter sido vítima de um naufrágio na Espanha. Mas o corpo foi encontrado em abril, na costa da Argélia.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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