Um cidadão britânico foi condenado a prisão no Reino Unido por associação ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI). O veredito foi anunciado na terça-feira (6) após cinco semanas de julgamento, e a expectativa é de que a sentença seja divulgada em setembro, segundo o site da Polícia Antiterrorismo.
Hisham Chaudhary, de 28 anos, foi preso em novembro de 2019 e recebeu sete acusações diferentes relacionadas a terrorismo. Entre elas, adesão a uma organização proibida, financiamento do terrorismo e divulgação de publicações terroristas.
As investigações apontam que o britânico costumava usar bitcoins para dar suporte financeiro ao grupo jihadista. “Ele frequentemente usava a tecnologia para receber e transferir milhares de libras esterlinas, pagando contrabandistas para libertar simpatizantes do EI dos campos de detenção na Síria”, diz um comunicado da polícia.
“Esta não é a primeira vez que um indivíduo é acusado de pertencer ao Estado Islâmico [no Reino Unido]. A Coroa (o Ministério Público britânico) entende que esta é pelo menos a terceira vez”, disse o promotor público Samuel Main ao jornal Independent.
A atuação de Chaudhary era essencialmente digital, “promovendo uma jihad violenta, fornecendo redes de comunicação seguras para indivíduos com ideias semelhantes e obtendo dinheiro para ajudar outros membros”, diz a polícia. “Ele até procurou ajuda para proteger o legado de seus vídeos, para evitar que fossem excluídos ou removidos”.
“Do conforto de sua casa no Reino Unido, Hisham Chaudhary teve um papel ativo na promoção, no apoio e no financiamento do terrorismo. É evidente que ele era um membro valioso do EI, alguém que sempre demonstrou sua lealdade por meio de ações”, disse Martin Snowden, chefe da Polícia Antiterrorismo.
Recompensa por terrorismo
Em abril, a Al-Qaeda chegou a oferecer bitcoin como recompensa para que extremistas matassem agentes das forças de segurança dos países ocidentais. Os jihadistas ofereciam a moeda virtual a quem enviasse vídeos ou fotografias que comprovem os crimes.
O anúncio teria sido veiculado na revista jihadista “Manhattan Wolves”, em dezembro de 2020, com indicações precisas sobre como realizar os ataques. A principal recomendação era realizar os ataques durante protestos contra as medidas de restrição da Covid-19. As recompensas chegavam a US$ 60 mil (R$ 330 mil à época).
Países como EUA, França, Itália, Alemanha e Grã-Bretanha foram apontados como “ideais” para a prática dos atos. “Nesses lugares há a vantagem do anonimato na multidão e a possibilidade de o porte de armas passar despercebido”, dizia o texto.
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