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segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

USP: Brasil completa dois anos fora do Pacto Global para Migração da ONU

Material publicado originalmente no Jornal da USP (Universidade de São Paulo)

Em alusão ao Dia Internacional dos Migrantes, em 18 de dezembro, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que a recuperação da pandemia fosse, também, um momento para a implementação efetiva do Pacto Global para Migração Segura nos países.

Em dezembro de 2018, 164 países assinaram o Pacto Global para Migração numa conferência internacional da ONU em Marrakech, no Marrocos. Na ocasião, o chanceler do Brasil na época, Aloysio Nunes Ferreira, assinou o documento.

Em janeiro de 2019, porém, o presidente Jair Bolsonaro e o atual ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, retiraram o Brasil do pacto, com a justificativa de defesa da soberania do País para discutir migrantes.

O professor titular do Departamento de Direito Internacional da Faculdade de Direito da USP, Paulo Borba Casella, contudo, invalida este argumento. O Pacto Global para Migração deixa claro que respeita a soberania dos países acerca do tema.

USP: Brasil completa dois anos fora do Pacto Global para Migração da ONU
Migrantes do Panamá atravessam a fronteira da Colômbia em busca de asilo em fevereiro de 2020 (Foto: Unicef/William Urdaneta)

A função do pacto é criar um espaço em que os países compartilhem informações e troquem experiências relacionadas às políticas nacionais migratórias, para que possam criar normas e avaliar melhor a questão.

Casella pontua que, uma vez que o Brasil não participa das discussões do grupo, o País não tem validade ao criticar qualquer norma ou procedimento adotado pelo pacto que não incluam os interesses nacionais.

Interesses

O professor defende ser essencial que a população tenha consciência do quanto a atitude de saída do pacto afeta os brasileiros que vivem no exterior. Além disso, a ação isola ainda mais o Brasil no cenário internacional.

Hoje há menos de 1 milhão de estrangeiros no Brasil e pouco mais de 3 milhões de brasileiros no exterior. “Um país com tantos indivíduos em outras nações deveria ter interesse em participar do pacto. Ele só beneficiaria a defesa dos brasileiros no exterior”, disse.

Segundo Casella, ainda existem muitos refugiados em vulnerabilidade no mundo – questão agravada com a pandemia. “Refugiados são seres humanos cujos direitos fundamentais têm que ser especialmente respeitados, já que se encontram em situação de extrema vulnerabilidade”, afirmou.

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