O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) não chegou a um acordo sobre como conter a crescente onda de ataques no Sudão. Membros se encontraram em uma reunião fechada nesta quinta-feira (21).
Diplomatas disseram à AFP que membros europeus, EUA e México propuseram que o Conselho instasse o governo do Sudão a acelerar o plano de proteção aos civis.
Outros membros, como os africanos, Índia, Rússia e China, pediram respeito à soberania do Sudão.
A União Europeia e os EUA solicitaram a reunião depois que mais de 250 pessoas morreram em conflitos interétnicos desde o último domingo (17) na região de Darfur. A ONU estima que mais de 50 mil pessoas já deixaram a região.
Na reunião, a maioria dos membros do Conselho condenou a violência. Outros, porém, defenderam que é dever do governo “preencher o vazio” causado após a saída da missão de paz da ONU e União Africana, em 31 de dezembro.
O envio de tropas sudanesas ajudou a restaurar a estabilidade da região na terça-feira (19), mas as autoridades temem novos ataques a qualquer momento.
A onda de violência começou após um homem ter sido morto a facadas, disse o governo. Milícias armadas atacaram a cidade de El Geneina, ao oeste, e tomaram um campo de deslocados internos.
Nesta quinta-feira, homens armados fuzilaram a casa do governador do estado de Darfur Ocidental, Muhammad Abdullah al-Duma. O político não foi atingido.
Violência após missão de paz
A retirada das tropas de paz ocorre em meio a expectativas de estabilização no país africano imerso em décadas de violência e repressão sob o regime de Omar al-Bashir, no poder por 30 anos.
A deposição do líder em 2019 abriu caminho para um governo de transição e um acordo de paz, assinado em agosto de 2020. Desde então, a missão planejava uma retirada gradual dos cerca de 8 mil militares armados. O processo deveria levar seis meses.
Após o fim da missão a ONU deve permanecer no Sudão para auxiliar a transição política do país. No fim de 2020, as autoridades sudanesas se comprometeram a enviar 12 mil soldados para Darfur, em substituição às tropas de paz.
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