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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Estônia terá 1ª premiê mulher após fim de coalizão e escândalo por propina

Um acordo entre frentes centristas definiu o nome de Kaja Kallas como a nova primeira-ministra da Estônia. Kallas, que assumiu nesta terça (26), será a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de Estado do país báltico.

A decisão foi anunciada pelos conselhos do oposicionista Partido da Reforma, de centro-direita, e do Partido de Centro, à esquerda. Ao reunir uma maioria no Parlamento de 101 membros, ambos devem indicar nomes para os 15 ministérios.

Kallas sobe ao poder em sua segunda tentativa em menos de dois anos. Em 2019, a estoniana não conseguiu apoio suficiente para liderar pelo Partido da Reforma e perdeu espaço ao adversário Juri Ratas.

Acordo entre frentes centristas elege 1ª premiê mulher na Estônia
A nova primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, em pronunciamento ao Parlamento Europeu em outubro de 2017 (Foto: WikiCommons/EU Estonian Presidency)

O então premiê renunciou ao cargo no dia 13 após um escândalo envolvendo um dos principais membros de seu governo. As acusações apontavam suspeitas de doações privadas para o partido em troca de favores políticos em empreendimentos imobiliários.

A instabilidade gerada pelo populista EKRE – sigla de agenda nacionalista, anti-migração e anti-UE (União Europeia) –, integrante da coalizão, culminou no desgaste irrecuperável do mandato.

Advogada e ex-legisladora do Parlamento Europeu, Kallas já escolheu outras mulheres para compor seu governo, como Keit Pentus-Rosimannus, a nova ministra de Finanças e Eva-Maria Liimets, como chanceler, informou a Associated Press.

Novo governo exclui EKRE

Kallas já descartou a inclusão do EKRE em seu gabinete e prometeu embarcar em uma missão diplomática para restaurar os danos causados pelas afirmações do ex-ministro do Interior, Mart Helme.

Em novembro, o político de extrema-direita renunciou ao cargo após criticar a eleição de Joe Biden nos EUA, acusar fraude no pleito e classificar o democrata e seu filho como “corruptos”.

Além disso, a nova primeira-ministra tem outros desafios pela frente. A presidente Kersti Kaljulaid já a incumbiu de formar um novo governo para lidar com o agravamento da pandemia na Estônia.

A ex-nação soviética de 1,3 milhão de habitantes viu os contágios crescerem desde dezembro e soma 40,9 mil casos confirmados. Já são cerca de 390 mortes em decorrência do vírus.

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