O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, apresentou a sua renúncia da chefia do Conselho de Ministros na manhã desta terça-feira (26) e já encaminhou seu processo de saída ao presidente Sergio Mattarella.
Além dos ritos institucionais, poucas coisas estão decididas até o momento. Há a possibilidade de que Mattarella ofereça ao premiê demissionário uma recolocação, diz a imprensa italiana.
Conforme o jornal “La Reppublica”, as consultas devem começar nesta quarta (27) e ser concluídas na quinta-feira à noite. Até lá, as tratativas entre o presidente e grupos parlamentares poderão oferecer a Conte os números suficientes para aspirar uma recondução ao cargo.
Isso só acontecerá se Conte conquistar uma maioria sólida entre os parlamentares – o que já não aconteceu em sua manobra no Senado no dia 19, apesar do voto de confiança da Câmara dias antes.
Sem aval da maioria, o chefe de Estado Matarella inicia o processo para escolher um novo nome que conduza o país em meio à segunda onda de Covid-19. Na disputa está o ex-aliado de Conte e ex-premiê Matteo Renzi, que desencadeou a crise ao deixar a coalizão governista no mês passado.
Renzi, do partido de centro-esquerda Itália Viva, foi primeiro-ministro da Itália entre 2014 e 2016.
Apoio popular
A previsão é que Conte não conseguirá convencer o Parlamento, divido entre apoio a si e a Renzi. “É improvável que os dois possam coexistir após os insultos que trocaram, mesmo publicamente”, escreveu o La Reppublica.
Renzi favoreceu a subida ao poder do agora adversário há pouco menos de 18 meses. O ex-primeiro-ministro quer evitar que Conte reestruture a sua base e angarie uma nova chapa para permanecer no governo.
A coalizão de Conte é formada pelo Partido Democrático, à frente, e o M5S (Movimento 5 Estrelas), populista e “anti-establishment”. As várias diferenças políticas da incomum aliança evitaram eleições antecipadas que poderiam ter favorecido as siglas de extrema direita.
Com mais de 50% da opinião pública a seu favor, Conte teve altos índices de aprovação após o primeiro lockdown na Itália, em março e abril de 2020.
O post Premiê da Itália renuncia após perder apoio e maioria no Senado apareceu primeiro em A Referência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário, evite comentários depreciativos e ofensivos