O encaminhamento do pedido de cidadania francesa de Stanley Johnson – pai do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson – no dia 30 e horas antes da efetivação do Brexit, não passa de “mera casualidade”, disse o ex-parlamentar em entrevista à emissora RTE no sábado (2).
Segundo Johnson, o objetivo é recuperar os laços familiares maternos franceses. “Não se trata de me tornar francês, mas de recuperar o que já tenho”, afirmou. Segundo ele, sua mãe e seus avós nasceram na França.
A decisão chamou atenção pelo timing, tão próximo do Brexit – processo que se prolongou por quatro anos até o Reino Unido deixar oficialmente o mercado único e a união aduaneira da União Europeia sob a batuta e apoio de seu filho, hoje primeiro-ministro.
Em entrevista à BBC, Stanley Johnson insistiu que o Brexit não marcará o fim da “identidade europeia” para o povo inglês. “Serei sempre europeu, isso é certo. A Europa é mais que um mercado comum, é mais que a UE”, afirmou.
“Passamos por um processo democrático que preferiu deixar a UE. Talvez, só talvez, não tenha sido uma boa escolha. Mas eu não vou dizer isso”, afirmou ao ser questionado sobre a decisão do filho.
Em 2016, o político aposentado de 80 anos votou para que a Grã-Bretanha permanecesse na UE. Com o fim do período de transição, o Brexit culmina no fim da livre circulação sem visto entre o Reino Unido e os países do bloco europeu.
Além disso, ficam estabelecidos vistos para o trabalho e novos controles de segurança na anfândega das importações e exportações de mercadorias.
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