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domingo, 31 de janeiro de 2021

Auxílio contra coronavírus mobilizou US$ 240 bi em recursos em 2020

A pandemia do novo coronavírus foi o ponto mais alto da incerteza dos agentes econômicos em todo o mundo desde 1990, segundo o Índice de Incerteza Global. O dado é calculado com base em informações da The Economist Intelligence Unit, que contempla 143 países.

No primeiro trimestre de 2020, atingiu 55,6 mil pontos – ante 38 mil do pico anterior, no último trimestre de 2012. Naquele ano, o mundo lidava com os efeitos da crise de dívida soberana europeia, que derrubou as economias de Espanha, Grécia, Portugal e Irlanda.

No ano da pandemia, as instituições financeiras internacionais tiveram de agir. Foram cerca de US$ 240 bilhões em auxílios liberados ao longo de 2020, segundo levantamento do think tank CSIS (Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais, em inglês).

Notas de euro (Foto: Libreshot)

Entre essas instituições estão FMI (Fundo Monetário Internacional), Banco Mundial e entidades regionais como o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), BIE (Banco Europeu de Investimento), AsDB (Banco Asiático de Desenvolvimento) e AIIB (Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura).

Mês a mês

O auge da liberação dos recursos foi em maio, com cerca de US$ 74,5 bilhões, onde a escalada da pandemia gerou incerteza inédita nos mercados e nas situações fiscais dos países. Nos dois meses seguintes, foram concedidos cerca de US$ 30 bilhões cada.

No fim do ano marcado pela pandemia, a situação era menos grave, na faixa de 22 mil pontos, segundo o índice calculado por economistas do FMI e da Universidade de Stanford, nos EUA. Coincide com o mês onde houve menor liberação de recursos: novembro, com US$ 5,1 bilhões.

As Américas receberam a maior parte dos recursos enviados ao longo do ano, ou US$ 92,3 bilhões. Na sequência vem a África, com US$ 48,6 bilhões, e Ásia/Oceania (US$ 43,3 bi) e Eurásia (US$ 44,8 bi). Ao Oriente Médio foram enviados US$ 6,2 bilhões.

De todo o montante liberado em 2020, apenas US$ 11,6 bilhões foram destinados a países muito pobres – o valor é de cerca de 5% do total. Já países de renda média alta receberam uma fatia mais generosa dos recursos: US$ 84,1 bilhões.

Parte do valor foi destinado à compra de vacinas. São cerca de US$ 23 bilhões empenhados na compras dos imunizantes, em iniciativas sobretudo de bancos regionais.

Mas veio do Banco Mundial foi o primeiro e mais significativo aporte, de US$ 12 bilhões, para que os países receptores comprem e distribuam as vacinas.

Entre os órgãos regionais, o maior aporte veio do AsDB (Banco Asiático de Desenvolvimento), com US$ 9 bilhões para a compra das doses, que serão distribuídas nos países do continente. Na sequência vem o BID, que empregará US$ 1 bilhão na compra de imunizantes para repasse a países da América Latina e do Caribe.

Cerca de 10% dos valores destinados ao combate do vírus vieram de instituições financeiras criadas na última década. O AIIB, que investe na infraestrutura asiática, foi criado em 2015 e liberou US$ 6,8 bilhões. Já o Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido como Banco dos BRICS, de 2014, destinou outros US$ 6 bilhões.

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