Este conteúdo foi publicado originalmente no portal da notícias ONU News, da Organização das Nações Unidas
O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, afirmou na Cúpula de Adaptação do Clima que a pandemia da Covid-19 ensinou ao mundo que não é mais possível ignorar riscos conhecidos.
Ele discursou no evento com o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, e do ex-chefe da ONU, Ban Ki-moon. Para Guterres, a ciência não pode ser mais clara com relação à adaptação climática.
O chefe da ONU cita a OMM (Organização Meteorológica Mundial), que nos últimos 50 anos registrou mais de 11 mil desastres naturais. Os danos causados ultrapassaram a marca de US$ 3,6 trilhões.
A agência afirma que, na última década, mais de 410 mil pessoas morreram, a vasta maioria em países de rendas baixa e média. “É preciso incluir políticas de baixo carbono e alta resiliência nos planos de recuperação da Covid-19”, defendeu.
COP-26
A metade de toda a parte do financiamento, de responsabilidade dos países desenvolvidos e bancos multilaterais deve ser alocada à adaptação e resiliência em nações em desenvolvimento, defendeu Guterres.
“Este é um trabalho que não pode ser negligenciado. Não existe metade da adaptação”, disse. O secretário da ONU pediu um compromisso até a realização da COP-26 (Conferência sobre Mudança Climática), marcada para Glasgow, no fim deste ano.
O cronograma de realização dessas metas seria até 2024. “Os países desenvolvidos têm de cumprir os compromissos assumidos no Acordo de Paris de mobilizar US$ 100 bilhões, por ano, para mitigar a adaptação climática em países em desenvolvimento”.
Sistema de alerta
Guterres defende ainda a necessidade de se aumentar instrumentos financeiros contra desastre como o Seguro de Risco e Catástrofe do Caribe e a da África. A cada que para cada dólar investido na resiliência climática, são poupados US$ 6.
“Os países menos desenvolvidos do mundo estão na linha de frente do risco de desastres naturais. Atualmente, uma em cada três pessoas não dispõe de um sistema de alerta sobre riscos”, disse o premiê da Holanda, Mark Rutte.
Um estudo da Comissão Global de Adaptação revela que um alerta de 24 horas sobre uma tempestade ou onda de calor pode ajudar a reduzir os prejuízos em 30%.
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