Dois incêndios deixaram mais de 4 mil refugiados Rohingya desabrigados no campo de Cox’s Bazar, ao sul de Bangladesh, desde a última quinta-feira (14). Mais de 550 casas e 150 estabelecimentos ficaram destruídos no acampamento de Nayapara.
Uma instalação da Acnur (Agência das Nações Unidas para Refugiados) também foi atingida pelas chamas, disse a ONU (Organização das Nações Unidas).
“O bloco E está completamente queimado”, disse o refugiado Mohammed Arakani à Reuters. “Não sobrou nada. Tudo está queimado”. Na noite desta segunda (18), o fogo se alastrou rapidamente em quatro prédios escolares, também no Bloco E.
A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) classificou o incêndio desta segunda-feira como um “ataque criminoso”. “O O incidente atrapalha o aprendizado de mais de 300 crianças refugiadas já desfavorecidas que perderam suas instalações de ensino”, disse a organização.
O campo de Cox’s Bazar é abrigo a mais de um milhão de cidadãos da minoria étnica Rohingya. Grande parte fugiu de Mianmar em 2017, após uma repressão liderada por militares com “intenção genocida”, conforme a ONU.
O governo de Bangladesh disse ter transferido diversos refugiados para uma ilha após o incêndio. Grupos de direitos humanos acusam o movimento como “realocação forçada”. O governo em Daca nega.
A Acnur fornece abrigo, cuidados médicos e alimentação a uma parte dos refugiados ainda não transferidos. As autoridades disseram que já investigam a causa dos incêndios. Não há registro de vítimas até o momento.
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