Autodeclarada “mediadora” entre Armênia e Azerbaijão nos conflitos da região separatista de Nagorno-Karabakh, a Rússia manteve-se isenta nos confrontos desde o início dos anos 1990. Agora, o apoio da Turquia aos azeris pode forçar Moscou a tomar lado na disputa.
Os conflitos na região recomeçaram em julho. Com retórica belicosa, Armênia e Azerbaijão cessaram qualquer tentativa de negociação no último dia 27 de setembro. No sábado (3), um balanço parcial deu conta de 242 mortes entre os exércitos dos dois países.
Ao oferecer apoio militar ao Azerbaijão no dia 29, a Turquia foi acusada por Moscou de “despejar gasolina no fogo”.
Em termos políticos, o Kremlin está mais próximo da Armênia. O país abriga uma base militar russa e integra dois blocos essenciais ao protagonismo do país na região: a CSTO (Organização do Tratado de Segurança Coletiva) e a União Econômica da Eurásia.
Já a Turquia e o Azerbaijão são parceiros culturais e comerciais de longa data. Em visita ao presidente azeri, Ilham Aliyev, nesta quarta (7), o chanceler turco, Mevlut Cavusoglu, ressaltou o alinhamento.
“Estamos sempre com o irmão Azerbaijão”, disse Cavusoglu à Reuters. “Mais uma vez: a região de Nagorno-Karabakh pertence ao Azerbaijão”.
Riscos
Com o apoio dos turcos e russos, é possível que o confronto ganhe proporção tão grande ou até maior que a guerra entre 1988 e 1994. À época, 30 mil pessoas morreram no conflito e centenas de milhares ficaram desalojadas.
Depois de armar os dois lados países ao sul do Cáucaso, a Rússia mediou o cessar-fogo em 1994. “É a erupção de uma rivalidade histórica”, disse o o diretor do Centro de Estudos de Yerevan, Richard Giragosian à RFE.
A comunidade internacional não reconhece a independência de Nagorno-Karabakh. Para a maioria armênia, o local chama-se Artsakh. Desde o cessar-fogo a região está sob controle do governo azeri.
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