Nomeada como vice-premiê da Bélgica no domingo (4), Petra de Sutter é uma mulher trans com um histórico de destaque na carreira política. Sua eleição é um marco, mas passou despercebida – o que é uma boa notícia.
“Estou orgulhosa em saber que na Bélgica e em grande parte da UE (União Europeia) minha identidade de gênero não me define como pessoa e isso não é um problema”, disse Petra, no Twitter.
A médica ginecologista é defensora dos direitos das mulheres, da igualdade de gênero e dos direitos sexuais reprodutivos. Em seu currículo profissional está o Senado belga e o Conselho e Parlamento da União Europeia.
Na rede social, a médica afirmou esperar que sua nomeação possa “desencadear um debate em países onde isso ainda não acontece”.
Validação à causa trans
Segundo a diretora da ILGA Europe (Associação Internacional LGBT), Katrin Hugendubel, a escolha auxilia a fomentar respeito e dignidade às pessoas trans dentro e fora da política.
“É uma repreensão aos ataques às identidades trans acontecendo em outras partes da Europa”, disse Hugendubel ao portal norte-americano Politico.
A diretora do ILGA se refere aos recentes ataques às comunidades na Europa. Na Polônia, cidades se declararam “zonas livres LGBTs” e o presidente, Andrzej Duda, proibiu qualquer menção sobre a questão nas escolas do país.
Um movimento semelhante é visto na Romênia. Nesta semana, a Suprema Corte do país discutiu sobre a exclusão das discussões de gênero e identidade de todos os currículos educacionais.
Na Bulgária, uma lei de proibição já está em vigor. Hungria e Rússia apontam para a aprovação de medidas legislativas no mesmo caminho.
“Como um número preocupante de governos está tentando negar às pessoas LGBTQ e trans seu lugar na sociedade, é encorajador ver o sistema político da Bélgica abraçando um membro da comunidade LGBTQ como um igual”, disse Hugendubel.
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