Em meio a uma guerra civil, iniciada em 2015, o Iêmen corre o risco de ter um capítulo de sua história apagado. As fortes chuvas que caem sobre o país desde abril estão pondo abaixo os prédios históricos da capital iemenita, Sanaa.
A Unesco, que já buscava revitalizar o lugar desde 2018, reportou na quarta-feira (12) que o número de edifícios danificados aumentou desde o início das chuvas. Em abril, era necessária intervenção em 129 prédios – agora, são mais de dois mil
As casas de tijolos de barro foram construídas por volta do século 11 e há muito estão sob ameaça de abandono em meio aos conflitos locais.
A casa do iemenita Muhammad Ali al-Talhi desabou na última sexta (7), quando uma forte chuva atingiu a cidade. “Tudo o que tínhamos está enterrado”, disse, à Reuters, ao buscar abrigo com os seis filhos.
Tentativa de preservação
Estima-se que mais de 110 casas tenham desabado parcial ou totalmente nas últimas semanas. Os escombros de três edifícios ainda estão sendo recolhidos.
Alinhadas ao Irã, as autoridades houthis que controlam Sanaa desde o final de 2014, pediram ajuda à ONU (Organização das Nações Unidas) para salvar o que ainda resta da cidade.
As feridas dos anos de guerra ainda estão abertas no país. Estima-se que 80% da população dependa de ajuda humanitária e milhões passem fome.
No Iêmen, o novo coronavírus é mais um de uma série de outros problemas. Cólera, dengue e malária tornaram-se ainda mais comuns com as enchentes que varrem a capital.
As marcas do abandono também muito visíveis após anos de conflitos e a consequência é a destruição desse patrimônio histórico iemenita, afirmou Aqeel Saleh Nassar, autoridade de preservação local.
Pelo menos 40 edifícios com deteriorações mais severas devem passar por reformas nos próximos dias pelas equipes da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e parceiros locais.
Outras duas cidades da região, Shibam e Zabid, também devem receber reparos. Nelas, os danos não tenham foram tão graves quanto os de Sanaa.
Excepcionalmente fortes, as chuvas no Oriente Médio e na África começam em abril e se estendem até o início de setembro. A ONU já descreveu os impactos das intempéries como a “pior crise humanitária do mundo”.
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