A Comissão Europeia anunciou nesta quinta-feira (6) um novo pacote de sanções à Rússia, o oitavo em virtude da guerra na Ucrânia. São bloqueios impostos sobretudo às transações comerciais realizadas entre União Europeia (UE) e Moscou, que reduzirão as receitas do governo Putin em estimados 7 bilhões de euros, segundo comunicado do bloco.
Entre os alvos da proibição de exportação pela UE estão o carvão usado em plantas industriais russas, componentes eletrônicos específicos encontrados em armas russas, itens técnicos usados no setor de aviação e certos produtos químicos. Já os vetos à importação de bens russos atingem determinadas máquinas e aparelhos, plástico, veículos, calçados, couro, cerâmica e joias que não sejam de ouro. As indústrias siderúrgica e têxtil russa também foi sancionadas.
“Foram introduzidas restrições adicionais à exportação que visam a reduzir o acesso da Rússia a itens militares, industriais e tecnológicos, bem como sua capacidade de desenvolver seu setor de defesa e segurança”, diz o comunicado da UE, alegando que assim compromete o fluxo de equipamentos “necessários para travar sua guerra em território ucraniano”.
Indivíduos e empresas envolvidos na anexação ilegal e nos falsos “referendos” realizados nas regiões ucranianas de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhya estão entre os alvos das sanções, que de uma forma geral vêm atingindo “os principais tomadores de decisão, oligarcas, altos funcionários militares e propagandistas, responsáveis por minar a integridade territorial da Ucrânia”.
O bloco europeu determinou ainda que os cidadãos da UE ficam proibidos de ocupar cargos nos órgãos de administração de certas empresas estatais. “A Rússia não deve se beneficiar do conhecimento e experiência europeus”, disse a Comissão Europeia.
O petróleo russo
O novo pacote de medidas também tem como alvo o petróleo russo, cuja compra continua sendo feita por países europeus. Agora, entretanto, a UE colocou em prática o teto de preço estabelecido pelo G7, o grupo das nações mais industrializadas do mundo.
“O teto de preço, uma vez implementado, permitirá que os operadores europeus realizem e apoiem o transporte de petróleo russo para países terceiros, desde que seu preço permaneça abaixo de um ‘limite’ pré-estabelecido”, diz o documento, destacando que essa medida reduzirá ainda mais as receitas da Rússia nos mercados globais de energia e ajudará a combater o aumento do preço global da commoditie.
Relatório divulgado no início de setembro pelo Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (CREA, na sigla em inglês) afirmou que a Rússia embolsou, nos seis primeiros meses de guerra, 158 bilhões de euros com a exportação de energia. A UE foi o principal destinatário das fontes de energia russas no período, com 85,1 bilhões de euros investidos. A China vem a seguir, com 34,9 bilhões de euros, e a Turquia surge em terceiro, com 10,7 bilhões de euros.
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