Um ataque rebelde ao vilarejo de Darey Dey, na região de Tillaberi, no Níger, terminou com a morte de ao menos 37 pessoas, sendo 14 crianças e três mulheres. O ataque aconteceu na segunda-feira (17) em uma área de tensão crescente, informa a agência qatari Al Jazeera.
O ataque foi realizado em motocicletas, num momento em que a população trabalhava nas plantações da região. Darey Dey, que fica a cerca de 40 km da cidade de Banibangou, sofreu outro ataque violento semelhante no dia 15 de março.
Não se sabe ao certo a qual grupo os rebeldes são ligados. A região, próxima à fronteira com o Mali, tem forte atuação de milícias armadas associadas tanto do Estado Islâmico (EI) quanto à Al-Qaeda.
De acordo com a Human Rights Watch (HRW), “grupos armados islâmicos mataram mais de 420 civis e expulsaram dezenas de milhares de suas casas durante ataques no oeste do Níger desde janeiro de 2021”.
Segundo a entidade, os ataques seguem um mesmo padrão: os milicianos “entram nas aldeias em motocicletas, matando homens e meninos e queimando casas e celeiros”.
Por que isso importa?
Tillaberi é considerada o novo epicentro da onda jihadista que tomou o Sahel Central. Os assassinatos são parte de uma onda de ataques promovidos por grupos armados ligados ao EI e à Al-Qaeda na região da tríplice fronteira do Níger com Mali e Burkina Faso.
A violência aprofunda os desafios de segurança enfrentados pelo novo presidente do Níger, Mohamed Bazoum, eleito no final de fevereiro. Bazoum ocupa o lugar de Mahamadou Issoufou, que esteve à frente do país desde 2011 e deixou o poder após dois mandatos na primeira transição presidencial pacífica do país desde a independência da França, em 1960.
O país mais pobre do mundo, conforme classificação da ONU (Organização das Nações Unidas), ainda luta contra o alastramento do Boko Haram, da Nigéria, que avança sobre o sudeste do país.
No Brasil
Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.
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