A situação no Afeganistão beira o insustentável, devido ao constante avanço do Taleban e ao aumento da violência no confronto entre jihadistas e forças de segurança nacionais. Com o intermédio do Qatar e a fim de interromper o sangrento conflito, o governo teria oferecido aos talibãs uma participação no poder central, segundo a agência qatari Al Jazeera.
A proposta, ainda não confirmada oficialmente, teria sido feita durante as negociações de paz em Doha, nesta quinta-feira (12). A tentativa de um acordo de paz surge no momento em que o Taleban conquistou a capital da província de Ghazni, apenas 130 quilômetros a sudoeste da capital nacional Cabul.
“Todos os funcionários do governo local, incluindo o governador da província, foram evacuados para Cabul”, disse uma autoridade que não quis se identificar.
Há dúvidas quanto às intenções de os talibãs aceitarem a oferta, diante da possibilidade de assumirem o controle total do país com uma vitória armada.
Com a conquista de Ghazni, o Taleban já detém o poder em dez das 34 províncias do país, numa ofensiva que se intensificou há menos de dez dias. A vitória recente tem uma grande importância estratégica, pois Ghazni fica ao longo da principal rodovia que liga Cabul a Kandahar, conectando a capital do país aos redutos talibãs no sul.
Rumo aos grandes centros
Desde maio, aproveitando a fase final da retirada das tropas dos EUA e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), os talibãs assumiram o controle de extensas áreas rurais do país. Mais recentemente, a organização iniciou o processo de tomada das grandes cidades.
Na semana passada, o Taleban também conquistou a maior parte de Lashkar Gah, capital da província de Helmand, no sul, onde os extremistas tomaram nove dos dez distritos policiais da cidade. Os confrontos seguem intensos, assim como os ataques aéreos dos EUA e do governo afegão, insuficientes para conter os jihadistas.
Nesta quarta-feira (11). o Taleban assumiu o comando do aeroporto de Kunduz, numa ação rápida que levou a maioria das tropas governamentais a se render.
No Brasil
Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.
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