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terça-feira, 4 de maio de 2021

‘Bola diplomática está do seu lado’, diz Blinken à Coreia do Norte após ameaça

O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, passou a “bola diplomática” para o ditador norte-coreano Kim Jong Un nesta segunda (3), pouco depois de o líder da Coreia do Norte lançar ataques e ameaças a Washington, reportou a Reuters.

“Espero que a Coreia do Norte aproveite a oportunidade para engajar diplomaticamente e ver se há maneiras de avançar em direção à desnuclearização da península coreana”, disse Blinken em coletiva de imprensa em Londres, no Reino Unido.

“Vamos observar não apenas o que a Coreia do Norte diz, mas o que realmente faz. Cabe a ela decidir se deseja se engajar ou não”, pontuou. No domingo (2), Pyongyang afirmou que o presidente norte-americano Joe Biden cometeu um “grande erro” ao classificar o programa nuclear norte-coreano de “ameaça séria”.

"Bola diplomática está do seu lado", diz Blinken após ameaças da Coreia do Norte
O chefe de Estado da Coreia do Norte Kim Jong Un (centro) em cúpula na Rússia, abril de 2019 (Foto: Divulgação/Kremlin)

“Avisamos que os EUA enfrentarão uma crise cada vez pior e fora de controle”, anunciou o governo norte-coreano, em registrou da agência sul-coreana Yonhap. As afirmações referem-se ao primeiro discurso de Biden no Congresso, na última quinta (29).

O presidente norte-americano prometeu trabalhar com aliados para lidar com as “ameaças sérias” da Coreia do Norte e do Irã por meio da diplomacia. “Foi um erro”, disse Kwon Jong-gun, diretor do Departamento de Assuntos dos EUA do Ministério das Relações Exteriores norte-coreano.

“Agora que a tônica da nova política norte-americana ficou clara, seremos obrigados a pressionar por medidas correspondentes. Com o tempo, Washington se encontrará em uma situação muito grave”, pontuou. “A diplomacia de Biden contra as ameaças da Coreia do Norte são uma placa falsa para encobrir atos hostis”.

O que quer Biden

O presidente norte-americano tenta trilhar um meio termo entre os esforços de desmilitarização nuclear de Donald Trump e Barack Obama, disseram funcionários ligados às tratativas ao “The Washington Post”. O plano é rejeitar a estratégia de Trump, que insistia que os EUA deviam esperar por um grande acordo ou nada feito.

A iniciativa previa a remoção de todas as sanções em troca do desmantelamento total do programa de armas norte-coreano. Kim Jong Un não aceitou a proposta na cúpula de 2019 em Hanói, no Vietnã, o que travou as tentativas de negociação posteriores.

Biden não quer seguir a abordagem de Obama, de quem foi vice-presidente. O democrata negou envolvimento diplomático até que o país asiático cessasse as provocações nucleares, como testes de armamentos. Apesar de ainda não haver detalhes da proposta, é possível que Biden busque por um “acordo passo a passo”.

Na prática, Washington criaria impulsos através de “fases”: uma sanção a menos a cada passo de desnuclearização até que o programa seja totalmente desmantelado. “Não é barganha e nem uma abordagem tudo ou nada”, disse um servidor ligado ao governo. “Mas uma tentativa calibrada de eliminar a ameaça”.

A Coreia do Norte quer que os EUA e aliados suspendam as sanções econômicas impostas ao programa de armas e, até agora, Kim Jong Un recusou as tentativas de aproximação diplomática de Biden. A Casa Branca, por sua vez, diz que não fará concessões para que Pyongyang volte às negociações.

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