Preso desde janeiro, o principal opositor ao governo da Rússia, Alexei Navalny, anunciou nesta terça (25) que o Comitê de Investigação do país abriu três novas investigações contra ele.
Pelo menos 20 investigadores estão na operação, classificada como de “alta prioridade”, registrou a agência catari Al-Jazeera. “Estou me tornando um criminoso mais perigoso a cada dia”, ironizou ele em post no Instagram. “Não pense que estou apenas sentado em uma cela, bebendo chá e não fazendo nada”.
As investigações vieram à tona quando um interrogador o visitou sob custódia na segunda-feira. Os investigadores estariam atrás de provas sobre a apropriação indevida de US$ 5 milhões em doações feitas à fundação anticorrupção criada pelo político, a FBK. O órgão precisou fechar as portas após uma determinação judicial, em abril.
Navalny também é acusado de insultar a juíza Vera Akimova, que o condenou em fevereiro por difamar um veterano da Segunda Guerra Mundial. O opositor rejeita ambas as acusações.
Outra investigação é por “violações cívicas”. As autoridades creditam a Navalny o “encorajamento” ao abandono dos “deveres cívicos” por ter publicado uma investigação sobre um suposto enriquecimento ilícito do presidente Vladimir Putin, referente a um palácio no Mar Negro.
Se sentenciado, Navalny ficará preso por um longo período. A pena atual, de dois anos e meio de prisão, decretada em fevereiro, deriva de uma sentença suspensa de 2014, quando foi acusado de fraude.
Promotores alegam, ainda, que ele não se apresentou regularmente à polícia em 2020, enquanto se tratava na Alemanha depois do coma causado pelo envenenamento por novichok – agente nervoso tóxico de invenção soviética – em Omsk, na Sibéria.
Desdobramentos
A ordem de investigação contra Navalny ocorre poucas semanas antes de Putin se encontrar com Joe Biden em Genebra para a primeira cúpula presidencial entre Rússia e Estados Unidos. O presidente norte-americano, que lançou novas sanções à Rússia no mês passado, já havia alertado que haverá “consequências” caso o político morra na prisão.
Enquanto isso, segue em pauta a audiência para decidir se a fundação anticorrupção de Navalny e seus aliados regionais devem ser classificados como “extremistas” pelas autoridades russas, adiantou o portal Axios.
A maioria dos ex-funcionários e líderes aliados ao político já está em prisão domiciliar ou no exílio. No início de maio, políticos russos sinalizaram para a aprovação de uma lei que proíbe membros e organizações extremistas de se tornarem legisladores.
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