Uma força de coalizão liderada pela Arábia Saudita assumiu a responsabilidade pelas obras de uma misteriosa base aérea militar na ilha de Mayum, no Iêmem.
“Todo o equipamento visto na ilha está sob controle do Comando de Coalizão”, diz um comunicado divulgado pelo governo saudita e publicado pela SPA, a agência de notícias do país. “O local é crucial para combater a milícia rebelde dos houthis e dar segurança à navegação marítima”.
Imagens de satélite obtidas pela Associated Press e publicadas na terça (25) mostram caminhões e tratores trabalhando nas obras de uma pista de pousos e decolagens com 1,85 quilômetro de comprimento, além de três hangares ao sul da ilha.
Inicialmente, a obra foi atribuída ao governo dos Emirados Árabes Unidos que já havia tentado construir uma base na ilha em 2016. Aquela obra foi abandonada de vez em 2019.
O que está por trás de Mayun
O avanço dos houthis no Iêmen, a chance ampliada de o governo local ser derrotado e a recente tensão entre o presidente iemenita, Abed Rabbo Mansour Hadi, e os Emirados Árabes Unidos podem ter forçado a retomada da obra. Abu Dhabi determinou aos iemenitas a assinatura de um contrato de arrendamento de 20 anos para Mayun.
A estrutura teria sido reiniciada por volta de 22 de fevereiro – dias depois de o presidente Joe Biden anunciar que encerraria o apoio dos EUA à ofensiva liderada pela Arábia Saudita contra os houthis.
Recentemente, os Emirados Árabes Unidos desmontaram parcialmente uma base militar que administravam na Eritreia – palco de sua campanha no Iêmen. Em 2015, forças norte-americanas operaram na base aérea de Al-Anad, no Iêmen, contra a Al-Qaeda.
Enquanto as potências vizinhas se voltam ao interesse militar no Iêmen, a população do país devastado pela guerra vive a pior crise humanitária do mundo. Em 2020, a guerra teve o pior avanço desde seu início, em 2014, alertou a ONU (Organização das Nações Unidas).
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