O parlamento da Lituânia é o último a descrever o tratamento dado pela China à população uigur como “genocídio”. A classificação foi adotada nesta sexta (21), registrou a Reuters.
Três quintos dos parlamentares lituanos concordaram em aderir ao pedido para que a Comissão Europeia revise as relações com Beijing e a ONU (Organização das Nações Unidas) investigue os campos de detenção da província de Xinjiang. A resolução é não vinculativa.
Denúncias dão conta de que Beijing usa de tortura, esterilização forçada, trabalho obrigatório e maus tratos para realizar uma limpeza étnica e religiosa na minoria muçulmana de raízes turcas. O governo chinês alega que os campos servem para educação contraterrorismo.
O governo de Joe Biden, nos EUA, foi o primeiro a usar o termo “genocídio” para descrever as ações da China em relação aos uigures. Em seguida, Reino Unido e Canadá também passaram a usar a designação.
Os parlamentares da Lituânia também apelaram à China pela abolição da lei de segurança nacional em Hong Kong e a entrada de observadores internacionais no Tibete. O objetivo seria iniciar uma negociação com o líder Dalai Lama.
Relações
Apesar de estarem presentes na sessão, a primeira-ministra Ingrida Simonyte e o chanceler Gabrielius Landsbergis não participaram da votação. A principal motivação dos parlamentares para a designação é a relação da perseguição aos uigures com a repressão da União Soviética sobre a Lituânia entre 1940 e 1991.
O país, que ainda carrega as marcas da intensa repressão do período, integra a UE (União Europeia) e Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte). Vilnius já assumiu um papel de destaque na defesa das linhas diplomáticas ocidentais mais duras em relação à Rússia – e, agora, a China.
O porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, rejeitou a medida da Lituânia. “Pedimos que corrija seus erros para evitar prejudicar as relações”, afirmou.
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