Uma remessa de 66 contêineres com madeira ilegal retornou a Moçambique no último dia 16, segundo o portal All Africa. As toras já estavam em águas internacionais quando foram recuperadas pelas autoridades moçambicanas.
Traficantes teriam extraído a matéria-prima em agosto do ano passado. Agentes da alfândega apreenderam a carga em seguida no porto de Pemba, ao norte do país. Em dezembro, contrabandistas conseguiram retirar a carga da custódia e enviaram as toras para exportação.
Uma investigação identificou que o destino era a China. Após cinco meses, os 66 contêineres foram devolvidos, e outros dez devem chegar a Moçambique em breve.
Moçambique é o terceiro maior exportador de madeira da África. O país exportou 2,6 milhões de toneladas de toras entre 2017 e 2020, cum lucro beirando US$ 1 bilhão. Quase toda a madeira extraída em Moçambique tem como destino à China.
O comércio, porém, ignora a lei que proíbe a exportação de toras moçambicanas, em vigor desde 2017. Um ano depois, a proibição foi reforçada por uma lei que proíbe a extração das principais espécies nativas do país, lista que inclui a madeira.
“Essa é uma vitória contra o crime organizado”, classificou o procurador-geral de Cabo Delgado Octavio Zilo. “Mas ainda precisamos de colaborações produtivas mais amplas com companhias marítimas e países do lado da demanda, como a China”.
As companhias marítimas CMA-CGM, da França, e Maersk Line, da Dinamarca, já anunciaram o embargo de toda a madeira da Gâmbia, outro país vítima de saques de madeira ilegal.
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