O jornalista russo Eduard Shmonin foi condenado a oito anos de prisão após denunciar um esquema de roubo de petróleo em uma rede de oleodutos da Rússia, na última sexta (14).
Conforme informações da RFE (Radio Free Europe), o tribunal da cidade de Surgut sentenciou o repórter por chantagem e pornografia – acusações que nega.
Shmonin dirigia sites com enfoque em denúncias sobre oficiais e empresários russos. Ele foi preso e interrogado várias vezes desde novembro de 2016, quando lançou o documentário “Criminal Oil”. O material mostra a operação da polícia russa e oficiais do FSB (Serviço de Segurança Federal) em um esquema de roubo de petróleo.
Em março, uma investigação independente da Rádio Svoboda, braço da RFE na Rússia, comprovou detalhes expostos por Shmonin à época e acrescentou novas evidências sobre a participação dos agentes na rede criminosa.
Provas desaparecidas e tortura
O jornalista disse à RFE que a condenação é uma retaliação por expor a rede de roubo e por sua atuação contra a elite política local. A condenação ocorre por Shmonin publicar um suposto vídeo de um legislador local mantendo relações sexuais com outro homem. O parlamentar o acusou de chantagem e distribuição ilegal de pornografia.
A defesa do jornalista aponta que evidências desapareceram ou foram danificadas durante o processo. Entre elas estavam discos rígidos, computadores, telefones celulares e pen drives confiscados pelas autoridades. Shmonin defende que as provas eram álibis que o exonerariam da culpa.
O repórter também alega que oficiais do FSB o torturaram nos interrogatórios. Os agentes tentaram forçá-lo a revelar quem financiou o documentário. Segundo ele, o material partiu de iniciativa própria. O jornalista diz ter sido eletrocutado e afogado com um saco plástico.
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