Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONUNews, da Organização das Nações Unidas
AA ONU (Organização das Nações Unidas) informou que pelo menos 13 pessoas morreram e cerca de 5 mil perderam suas casas com a erupção do vulcão Monte Nyiragongo, perto de Goma, na República Democrática do Congo.
O secretário-geral António Guterres expressou suas profundas condolências às famílias das vítimas, bem como ao governo e ao povo do país, numa nota lida pelo seu porta-voz.
Stephane Dujarric afirmou que a ONU está preocupada porque o desastre acontece em um momento de aumento das necessidades humanitárias na região, que sofre com a insegurança e a atual crise econômica.
A última erupção do Nyiragongo, um dos vulcões mais ativos e perigosos do mundo, aconteceu em 2002 deixando mais de 100 mil desabrigados. Após o acidente, a maioria dos moradores fugiu para a localidade de Sake, na província congolesa de Kivu do Norte, ou para Ruanda, o país vizinho.
Com a liberação das lavas e a fumaça, a principal linha de abastecimento de alimentos para Goma permanece bloqueada. Houve danos às linhas de energia e ao abastecimento de água, interrompendo os serviços para cerca de meio milhão de pessoas.
A missão de paz da ONU, Monusco, também está em alerta máximo. Durante a erupção, a missão organizou vários voos de helicóptero, inclusive com especialistas em vulcões, para avaliar a trajetória da lava. A Missão compartilhou informações com as autoridades locais para orientar a resposta.
As correntes de lava pararam junto de Munigi, cerca de 5 km a nordeste de Goma. O aeroporto, que fica próximo, foi fechado, dificultando a movimentação de equipes humanitárias e de funcionários do governo, bem como o transporte de suprimentos e as evacuações.
Cooperação
A ONU atua com autoridades locais e dá suporte no fornecimento de água, abrigo e saúde e ajuda a localizar parentes dos desalojados. A Missão está pronta para limpar as estradas principais que levam a Goma assim que possível.
A erupção do Monte Nyiragongo ocorre em um momento de grandes necessidades humanitárias na província de Kivu do Norte. Cerca de 44% dos 5 milhões dos deslocados internos no país vivem nesta província. Além disso, 3,2 milhões de pessoas, cerca de 33% da população, já sofrem de insegurança alimentar grave.
No fim de semana, o Unicef (Fundo da ONU para a Infância) informou que ao menos 150 crianças foram separadas de suas famílias. A agência teme que mais de 170 crianças estejam desaparecidas.
Mais de 5 mil pessoas cruzaram a fronteira com Ruanda no sábado, e pelo menos 25 mil precisaram se deslocar em Sake, 25 km a noroeste de Goma. No entanto, a maioria das pessoas está voltando lentamente para casa, já que a lava parou de fluir.
Também há preocupação com o retorno de centenas de pessoas a Goma, onde encontrarão suas casas danificadas e terão que lidar com falta de água e eletricidade. Dezenas de crianças na área próxima ao aeroporto ficaram desabrigadas e desamparadas. Pelo menos cinco mortes estão diretamente relacionadas à erupção em Buhene, Kibatshi e Kibumba.
Resposta
Uma equipe do Unicef está nas áreas afetadas de Sake, Buhene, Kibati e Kibumba para fornecer uma resposta de primeira linha, incluindo a instalação de pontos de água de cloração para limitar a propagação do cólera.
A agência também está instalando dois centros para crianças desacompanhadas e separadas, em colaboração com as autoridades locais, e trabalhando com parceiros para encaminhar casos de violência de gênero e abusos.
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