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sexta-feira, 21 de maio de 2021

Província da China cria canal para denúncias sobre mineradores de criptomoedas

A província de Mongólia Interior, ao norte da China, criou uma linha direta para que civis denunciem mineradores de criptomoedas. A medida responde à repressão de Beijing à volatilidade no comércio global de bitcoins, reportou o britânico “Financial Times”.

O anúncio veio através da Comissão de Desenvolvimento da Mongólia Interior, na quarta (19). A instrução é que os moradores denunciem vizinhos que possam ter equipamentos de mineração para “limpar e encerrar” essas operações “de forma abrangente”.

Província da China cria canal para denúncias sobre mineradores de criptomoedas
Imagem ilustra mineração de criptomoedas em Toronto, Canadá, fevereiro de 2018 (Foto: Divulgação/Unsplash/ André François McKenzie)

Nesta semana, o banco central da China alertou que criptomoedas não são “moedas reais” e instruiu instituições financeiras a evitá-las. Em seguida, o preço do bitcoin caiu 30%. A moeda vinha sendo negociada a US$ 39.423 durante o pregão europeu nesta quinta (20).

O aviso da Mongólia Interior vem na esteira da promessa de Beijing de fechar as minas de criptomoeda como parte de uma meta para reduzir o consumo de energia no país. A mineração é um processo de uso intensivo de energia pelo qual computadores resolver problemas matemáticos de forma ininterrupta até criar mais moedas.

Motivação ambiental

O governo de Xi Jinping afirma que a mineração é um importante ativo para o aumento nas emissões de dióxido de carbono. Na cúpula do clima, em abril, o presidente garantiu que a China reduziria seu pico de emissões antes de 2030 e alcançaria a neutralidade de carbono até 2060.

Mongólia Interior, em específico, está sob pressão extra de Beijing. O governo regional aprovou a criação de novas usinas termelétricas a carvão nos últimos cinco anos – mais que qualquer outra província do país.

Em fevereiro, os líderes de Mongólia Interior anunciaram o plano de fechar todos os projetos de mineração de criptomoedas. Como consequência, muitos civis se mudaram para Sichuan, no sudoeste, onde a maior parte da energia vem de usinas hidrelétricas.

A abordagem regulatória da China tem sido mais dura que as jurisdições dos EUA, que permanecem abertas ao envolvimento institucional. A pressão chinesa sobre as criptomoedas tornou-se mais evidente em 2017, quando Beijing fechou as bolsas de bitcoin do país – que representavam, até então, a maior parte do comércio global.

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