Ao menos 53 ex-parlamentares e ativistas pela democracia foram presos nesta terça (5) em Hong Kong. A acusação seria a de que teriam organizado primárias eleitorais não-oficiais à legislatura do território semi-autônomo, reportou o jornal norte-americano “Washington Post”.
As prisões em massa já são o maior movimento de repressão à dissidência do governo chinês desde que Beijing pôs em vigor
a lei de segurança nacional, em junho.
O ministro da Segurança de Hong Kong, John Lee, afirmou que os presos são suspeitos de tentar paralisar o governo e ganhar vantagem no Parlamento. “O objetivo era forçar o chefe do Executivo a renunciar e, assim, diluir o governo do território”, afirmou.
As primárias não-oficiais foram realizadas em julho e deveriam escolher candidatos para concorrer à eleição legislativa deste ano. A presidente de Hong Kong, Carrie Lam, porém, adiou o pleito em um ano por conta da pandemia.
Mais de 600 mil eleitores participaram da votação não-oficial. “Os eleitores não serão alvos”, disse Lee. Desde então, renúncias e desqualificações de legisladores pró-democracia tornaram a legislatura favorável a Beijing e sem espaço para dissenso.
Na mira de Beijing
A prisão em massa envolveu cerca de mil policiais. Os suspeitos são 45 homens e oito mulheres entre 23 e 79 anos, conforme nota da polícia de Hong Kong. Alguns ativistas conseguiram fugir da operação.
A lei de segurança nacional do território semi-autônomo classifica e criminaliza qualquer tentativa de “intervir” nos assuntos locais como “subversão, secessão, terrorismo e conluio”. Infrações graves podem levar à prisão perpétua.
A medida veio na esteira de uma série de protestos contra o aumento do domínio de Beijing sobre Hong Kong. Após a transferência do território dos britânicos para a China, em 1997, a cidade operou sobre um sistema mais autônomo – diferente do restante do continente.
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