Este conteúdo foi publicado originalmente na agência ONU News, da Organização das Nações Unidas
As autoridades não devem poupar esforços para manter as escolas abertas neste segundo ano da pandemia de Covid-19, defendeu a diretora da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), Henrietta Fore, nesta terça (12).
“Existem provas contundentes do impacto do fechamento de escolas sobre as crianças e indícios crescentes de que as escolas não são os motores da pandemia”, disse ela.
No auge do confinamento social, 90% dos alunos em todo o mundo estiveram fora das salas de aula durante 2020. Mais de um terço dos estudantes não tinham acesso à educação remota. A ausência é um prejuízo devastador para crianças, classificou Fore.
Segundo a Unicef, o número de crianças fora da escola deve aumentar em 24 milhões, um nível recorde. A capacidade de alfabetização e matemática básica foi afetada. Além disso, já há prejuízo aos alunos em suas habilidades para sobreviver na economia do século 21.
Fore afirma que estão em risco a saúde, desenvolvimento, segurança e bem-estar dos menores. Sem merenda escolar, a nutrição de muitas crianças piorou.
A falta de interações diárias leva a perdas à forma física e saúde mental. Sem a rede de segurança das escolas, as crianças estão mais propensas a abusos, casamento infantil e trabalho forçado.
Fechamento deve ser último recurso
Fore defende que o fechamento de escolas deve ser uma medida de último recurso. Segundo ela, o risco de transmissão em nível local deve ser um fator determinante e os países devem evitar o fechamento total sempre que possível.
Onde há altos níveis de contaminação na comunidade, os sistemas de saúde estão sob pressão extrema e o fechamento de escolas é inevitável, as autoridades devem implementar medidas de proteção.
Para crianças em risco de violência, que dependem da alimentação escolar e cujos pais são trabalhadores essenciais, essas medidas ajudam com que continuem em suas salas de aula.
Em caso de confinamento, o Unicef diz que as escolas devem estar entre as primeiras a reabrir. Nessa altura, aulas de recuperação devem ser prioridade para garantir que nenhuma criança fique para trás.
“Se as crianças enfrentarem o fechamento de escolas por mais um ano, sentiremos os efeitos nas próximas gerações”, pontuou a diretora da Unicef.
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