Uma semana antes do fim do mandato, a equipe de Donald Trump cancelou ao menos duas viagens diplomáticas em cima da hora. Taiwan receberia a embaixadora dos EUA na ONU (Organização das Nações Unidas), Kelly Craft, enquanto o Secretário de Estado Mike Pompeo iria à Europa.
Na viagem prevista para esta quarta (13), Craft teria agenda com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen.
A reunião seria palco para críticas à prisão de 53 ativistas em Hong Kong, no dia 5. O objetivo, sabotar as relações do governo de Joe Biden com a China após a saída de Trump.
O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da ilha, Joanne Ou, afirmou que Taipé lamentou a suspensão da viagem – mas o cancelamento causou alívio, relatam fontes à Al-Jazeera.
“Taiwan não quer atrito com a nova administração. Eles teriam preferido que essa visita tivesse acontecido há vários meses”, disse a consultora do Centro de Estudos Internacionais de Washington, Bonnie Glaser, à emissora catari.
A recente invasão ao Capitólio também não contribui para imagem de Trump. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, foi forçado a cancelar uma visita a Bruxelas depois que lideranças europeias declinaram o convite nesta terça (12).
Diplomatas confirmaram à Reuters que o ministro das Relações Exteriores de Luxemburgo, Jean Asselborn, e altos funcionários da União Europeia optaram por não conceder permissão para a visita do republicano.
Washington justificou os cancelamentos alegando que a cúpula de Trump se “concentrará na transição” de Biden, disseram fontes à Al-Jazeera.
Aliados criticam Trump
Em Bruxelas, Pompeo planejava um jantar privado com o secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, nesta quarta (13). Em seguida, o plano era se encontrar com a chanceler da Bélgica, Sophie Wilmes.
Lideranças questionaram o mérito da visita. Sem eventos públicos na programação, fontes diplomáticas relatam que aliados “ficaram envergonhados” de receber Pompeo após o vexame dos trumpistas em Washington.
Apesar de condenar a violência, Pompeo não fez referência às alegações de Trump sobre uma suposta “fraude” nas eleições. Autoridades eleitorais inclusive em estados governados por republicanos já confirmaram que o pleito foi limpo e justo.
No dia seguinte à invasão, Asselborn chamou Trump de “criminoso” e “piromaníaco político”. Ele se recusou a dar detahes sobre o cancelamento e a UE não quis comentar.
Segundo funcionários da UE, o bloco está “exausto” com a imprevisibilidade de Trump. Há, também, ansiedade para começar a construção de novos laços com Biden.
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