O não comparecimento de Jack Ma – fundador do Alibaba e um dos homens mais ricos e influentes do mundo – à final do seu próprio show de talentos, em novembro, alimenta especulações sobre o paradeiro do empresário chinês.
Outro diretor do Alibaba substituiu Jack de última hora no “Africa’s Business Heroes”, programa que premia empreendedores africanos com US$ 1,5 milhão, apontou o jornal britânico Telegraph.
À época, um porta-voz afirmou que o empresário não pôde participar da premiação por um “conflito de agenda”. Desde então, Jack não foi mais visto. Sua última postagem no Twitter foi em 10 de outubro.
A principal suspeita é que o bilionário esteja sob custódia de Beijing. O governo chinês anunciou, no dia 23, que investigaria Ma e seu conglomerado comercial e tecnológico por monopólio.
A medida é uma resposta aos comentários do empresário em Xangai no dia 24 de outubro. Jack criticou o sistema de regulação da China por “sufocar a inovação” e classificou as regras bancárias como “ultrapassadas”.
Pouco depois, em 19 de novembro, o governo chinês suspendeu a IPO (Oferta Pública Inicial, em inglês) do Ant Group, estimado em US$ 30 bilhões. A fintech ligada à Alibaba estava prestes a realizar o maior IPO da história.
Desde o cancelamento, a queda das ações do grupo chegou a 8% na Bolsa de Hong Kong.
Alibaba na mira
Os rivais Alibaba e Tencent enfrentam uma onda de pressão nunca antes vista na China que, até então, via as empresas como símbolo de prosperidade e proeza tecnológica.
O acúmulo de centenas de milhões de usuários e a crescente influência no cotidiano chinês podem ter motivado os freios do governo de Beijing às duas gigantes de tecnologia.
No projeto de regras antimonopólio, divulgado em novembro pelo governo chinês, o governo central ganha ampla liberdade para restringir as atividades de empresários já consolidados no mercado.
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