A Rússia se tornou especialista em envenenar opositores, afirmou a professora de Filosofia Política e Retórica da USP (Universidade de São Paulo), Marília Fiorillo, na coluna em áudio lançada no dia 28.
A pesquisadora refere-se à suspeita de envenenamento do líder de oposição ao Kremlin, Alexei Navalny, em coma induzido desde o dia 20 de agosto. Navalny é a figura mais importante da Rússia na campanha anticorrupção contra o atual presidente, Vladimir Putin.
Levado à capital alemã Berlim, os médicos tentam identificar o motivo da intoxicação. Enquanto isso, o Kremlin sugere que Navalny é vítima de uma “alta dosagem de álcool e pílulas“.
O opositor, no entanto, não foi a primeira vítima do método de envenenamento russo. “Foi assim com a jornalista Anna Politkovskaia, que sobreviveu a um envenenamento em 2004 antes de ser abatida a tiros em 2006″, lembrou Marília.
O mesmo ocorreu com os opositores Alexander Litvinenko, intoxicado por polônio no mesmo ano, e com o exilado Sergei Skripal, envenenado no Reino Unido em 2018.
De acordo com a professora, Navalny tentou disputar as eleições contra Putin em 2018, mas teve sua candidatura impugnada. Um possível motivo para o envenenamento em 2020 pode estar relacionado com os acontecimentos no país vizinho, Belarus.
“Talvez o levante em Belarus tenha soado o alarme e a urgência de uma ação preventiva interna. A arte de envenenar, que dificulta a identificação dos criminosos, é uma constante histórica no país”, ressaltou Marília.
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