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quarta-feira, 16 de março de 2022

Explosão em rodovia do Baluchistão mata pelo menos quatro soldados paquistaneses

A explosão de um IED (dispositivo explosivo improvisado, da sigla em inglês) em uma rodovia do Baluchistão matou ao menos quatro soldados do exército do Paquistão e deixou outros dez feridos na terça-feira (15). As informações são da rede Gandhara.

O ataque, ocorrido no distrito de Sibi, atingiu um comboio das forças de segurança, no qual viajavam soldados do exército paquistanês e policiais.

Nenhuma organização rupo radical assumiu a autoria do atentado, ocorrido em uma área com forte atuação tanto de grupos separatistas quanto de jihadistas ligados ao Estado Islâmico (EI) e do Taleban do Paquistão.

Na semana passada, também em Sibi, um ataque semelhante, embora realizado por um homem-bomba, matou sete integrantes das forças de segurança e deixou outros 25 feridos. Na ocasião, o EI disse ter coordenado a ação.

Soldado do exército do Pquistão, foto de novembro de 2018 (Foto: Wikimedia Commons)

Por que isso importa?

O Baluchistão se estende por três países, Paquistão, Irã e Afeganistão. É uma região árida, montanhosa e rica em recursos minerais, cujo nome vem dos baloch, um povo muçulmano essencialmente sunita que é originário do Irã e habita a área.

A porção paquistanesa é a mais extensa e tem sido palco de muita violência nos últimos anos. Grupos separatistas que atuam na região entraram em conflito com o governo do Paquistão, o que gerou milhares de mortes desde 2004. Organizações extremistas islâmicas ajudam a aumentar a tensão.

A luta dos separatistas é por maior autonomia política em relação a Islamabad e pelo direito de explorar os vastos recursos da região. Isso gerou desavenças particularmente com a China, sob a acusação de que o Corredor Econômico China-Paquistão (CPEC), anunciado em 2015, estaria sugando as riquezas da região sem melhorar as condições da população local.

Com um orçamento de US$ 60 bilhões, o CPEC projeta ligar a cidade portuária de Gwadar, no Baluchistão, a Xinjiang, no noroeste da China, por meio de obras de rodovias e ferrovias. O acordo ainda prevê projetos de energia para atender às necessidades de abastecimento do Paquistão.

Os baloch argumentam que o projeto bilionário de infraestrutura não tem beneficiado a região, enquanto outras províncias paquistanesas colhem os frutos. O caso gera protestos generalizados, e os chineses são vistos como invasores dispostos a extrair as riquezas da região.

O principal grupo radical atuante no Baluchistão é o Exército de Libertação Baloch (ELB), que em 2019 foi inserido pelos EUA na lista de grupos terroristas internacionais. A Frente de Libertação do Baluchistão (BLF) é outra organização de forte presença na região.

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