A alta comissária para direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), Michelle Bachelet, afirmou na quarta-feira (30) que ao menos 1.189 civis morreram e 1.900 ficaram feridos até agora na guerra na Ucrânia, iniciada com a invasão de tropas da Rússia no dia 24 de fevereiro. As informações são da rede Voice of America (VOA).
Segundo ela, há indícios de que, em ao menos 12 oportunidades, as forças russas usaram munição cluster em áreas ocupadas por civis. As munições cluster se abrem no ar e despejam uma série de bombas no solo, atingindo uma área consideravelmente maior, aumentando o dano e reduzindo as chances de as pessoas se protegerem.
“Ataques indiscriminados são proibidos pelo Direito Internacional Humanitário e podem constituir crimes de guerra“, disse ela. “A destruição massiva de bens civis e o alto número de vítimas civis indicam fortemente que os princípios fundamentais de distinção, proporcionalidade e precaução não foram suficientemente respeitados”.
Bachelet, que voltou a instar a Rússia a interromper os ataques, afirmou que os bombardeios constantes têm destruído residências, infraestrutura essencial, hospitais e escolas. “Há mais de um mês, toda a população da Ucrânia está enfrentando um pesadelo vivo”, disse ela. “A vida de milhões de pessoas está em turbulência, pois são forçadas a fugir de suas casas ou a se esconder em porões e abrigos antiaéreos enquanto suas cidades são atacadas e destruídas”.
Em função das denúncias, o Conselho de Direitos Humanos da ONU anunciou ter destacado três investigadores para analisar as supostas violações de direitos e abusos cometidos durante as ações militares de Moscou, inclusive os crimes de guerra. São eles Erik Mose, da Noruega, Jasminka Dzumhur, da Bósnia e Herzegovina, e Pablo de Greiff, da Colômbia.
Carta aberta
Cerca de 80 entidades independentes de seis países, Ucrânia, República Tcheca, Belarus, Cazaquistão, Moldávia e Geórgia, assinaram uma carta aberta na qual condenam a agressão da Rússia, criticam a estrutura e a atuação dos órgãos intergovernamentais e pedem que punições sejam aplicadas aos responsáveis pela guerra. A lista dos signatários inclui empresas de mídia, grupos de direitos humanos e organizações da sociedade civil.
“Esta catástrofe se tornou possível devido à preguiça, covardia e conformismo de instituições e organizações internacionais que não conseguiram defender efetivamente os princípios da democracia, do Estado de Direito e dos direitos humanos”, diz o documento.
O texto pede, por exemplo, mudanças nos mecanismos da ONU, que julga serem ineficientes dentro da realidade global atual. “A estrutura da ONU e certos procedimentos operacionais (sobretudo, as regras de trabalho do Conselho de Segurança) foram baseados nas realidades políticas do fim da Segunda Guerra Mundial e são neocoloniais e injustos por sua natureza”, afirma a carta.
O documento cobra, ainda, punições não apenas ao governo da Rússia, mas também aos veículos de imprensa russos acusados de “deliberadamente, sistematicamente e massivamente desenvolver e implementar operações agressivas de informação para espalhar desinformação, incitação ao ódio, propaganda e justificação da agressão russa contra a Ucrânia”.
Os mortos de Putin
Desde que assumiu o poder na Rússia, em 1999, o presidente Vladimir Putin esteve envolvido, direta ou indiretamente, ou é forte suspeito de ter relação com inúmeros eventos, que levaram a dezenas de milhares de mortes. A lista de vítimas do líder russo tem soldados, civis, dissidentes e até crianças. E vai aumentar bastante com a guerra que ele provocou na Ucrânia
Na conta dos mortos de Putin entram a guerra devastadora na região do Cáucaso, ações fatais de suas forças especiais que resultaram em baixas civis até dentro do território russo, a queda suspeita de um avião comercial e, em 2022, a invasão à Ucrânia que colocou o mundo em alerta.
A Referência organizou alguns dos principais incidentes associados ao líder russo. Relembre os casos.
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