Desde que a guerra explodiu na Ucrânia, com a invasão das tropas da Rússia no dia 24 de fevereiro, vários astros de Hollywood se posicionaram contra o conflito. Há desde casos de atores e atrizes que simplesmente manifestaram sua posição nas redes sociais, contestando a violência e pedindo o fim do conflito, até aqueles que lançaram projetos de ajuda financeira aos ucranianos, com dezenas de milhões de dólares arrecadados. As informações são do site independente The Moscow Times.
Mila Kunis e Ashton Kutcher
Nascida na Ucrânia, ainda nos tempos da extinta União Soviética, Kunis lançou uma iniciativa, ao lado do marido Ashton Kutcher, que já arrecadou mais de US$ 35 milhões para ajudar refugiados ucranianos. O casal publicou um vídeo no perfil do ator, que conta com mais de 4,6 milhões de seguidores, convocando os seguidores a ajudarem a campanha de financiamento coletivo. Eles disseram que o dinheiro será destinado às organizações Flexport.org e Airbnb.org.
“Embora isso esteja longe de ser uma solução para o problema, nosso esforço coletivo proporcionará um pouso mais suave para muitas pessoas à medida que avançam em seu futuro de incerteza”, diz o post assinado pelo casal. “Faremos tudo o que pudermos para garantir que a demonstração de amor que veio como parte desta campanha encontre o máximo impacto com os necessitados”.
Blake Lively and Ryan Reynolds
Outro casal cinematográfico que se propôs a ajudar os refugiados com dinheiro é formado por Blake Lively e Ryan Reynolds. Eles convocaram os fãs a fazerem doações através da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) e disseram que fariam uma doação do mesmo valor do total arrecadado, no limite de US$ 1 milhão.
O ator fez o anúncio em seu Twitter, que tem 19,1 milhões de seguidores, no dia 26 de fevereiro, dois dias depois da invasão russa. “Em 48 horas, inúmeros ucranianos foram forçados a fugir de suas casas para países vizinhos. Eles precisam de proteção. Quando você doar, nós igualaremos até $ 1.000.000, criando o dobro do apoio”
In 48 hours, countless Ukrainians were forced to flee their homes to neighboring countries. They need protection. When you donate, we’ll match it up to $1,000,000, creating double the support. https://t.co/xCFL1Lptuw https://t.co/CHp48E1KLQ
— Ryan Reynolds (@VancityReynolds) February 26, 2022
Benedict Cumberbatch
O ator britânico, astro da Marvel e intérprete de Sherlock Holmes em uma série de TV, disse que participaria da campanha do governo do Reino Unido Homes for Ukraine (Casas para a Ucrânia, em tradução literal), que permite que os cidadãos britânicos ofereçam acomodações para refugiados ucranianos.
“Precisamos ver o que podemos fazer como cidadãos do mundo, cidadãos da Europa e pessoas que querem um lugar melhor e um resultado melhor para este momento horrível, por essas pessoas com crianças, com famílias que lutam para sobreviver à chuva de foguetes sobre suas cidades”, disse Cumberbatch à emissora Sky News.
Emilia Clarke
A estrela do seriado Game of Thrones deixou clara sua posição pró-Ucrânia em um post no Instagram, no qual ela e o cachorrinho Ted vestem camisetas com as cores da bandeira ucraniana, produzidas a fim de levantar fundos para a causa dos refugiados. “Meu coração está partido junto com tantos outros pelo contínuo sofrimento, dor e desgosto que milhões estão vivendo na Ucrânia”, disse ela.
No post, Clarke também instou seus seguidores a ajudar financeiramente. “Se você quiser se juntar a nós e doar os fundos necessários, doe para @disastersemergencycommittee. Ao fazer isso, você ajudará a fornecer comida, água, abrigo e assistência médica a refugiados e famílias deslocadas”.
Arnold Schwarzenegger
Ex-governador da Califórnia, o astro de filmes de ação adotou um tom político em um discurso feito através de suas redes sociais. Ele se dirigiu diretamente ao povo russo e ao presidente Vladimir Putin pedindo o fim do conflito. Chegou a citar a experiência do pai, de origem checa, com os soviéticos no período pós-Segunda Guerra Mundial.
“Eu amo o povo russo. É por isso que eu tenho que te dizer a verdade”, disse ele, dirigindo-se aos russos. “Eu sei que seu governo disse a vocês que essa é uma guerra para desnazificar a Ucrânia. Desnazificar a Ucrânia?! Isso não é verdade”, afirmou.
O ator, que é nascido na Áustria e emigrou para os EUA aos 21 anos de idade, é bastante popular na Rússia. O vídeo com o discurso tem legendas em russo, foi postado no aplicativo de mensagens Telegram e inclui uma mensagem direcionada a Putin: “Você começou esta guerra. Você está liderando esta guerra. Você pode parar esta guerra”.
Angelina Jolie
A atriz Angelina Jolie focou nas crianças ao pedir o fim da guerra. “Além dos milhões que fugiram pelas fronteiras da Ucrânia, quase 2 milhões de pessoas estão deslocadas dentro de seu país, muitas presas por combates, sem acesso a ajuda e em perigo físico direto. Sem o fim da guerra, as crianças pagarão o preço mais alto – em traumas, infâncias perdidas e vidas destruídas”, disse ela.
Por que isso importa?
A escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia, que culminou com a efetiva invasão russa ao país vizinho no dia 24 de fevereiro, remete à anexação da Crimeia pelos russos, em 2014, e à guerra em Donbass, que começou naquele mesmo ano e se estende até hoje.
O conflito armado no leste da Ucrânia opõe o governo central às forças separatistas das autodeclaradas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, que formam a região de Donbass e foram oficialmente reconhecidas como territórios independentes por Moscou. Foi o suporte aos separatistas que Putin usou como argumento para justificar a invasão, classificada por ele como uma “operação militar especial”.
“Tomei a decisão de uma operação militar especial”, disse Putin pouco depois das 6h de Moscou (0h de Brasília) de 24 de fevereiro, de acordo com o site independente The Moscow Times. Cerca de 30 minutos depois, as primeira explosões foram ouvidas em Kiev, capital ucraniana, e logo em seguida em Mariupol, no leste do país, segundo a agência AFP.
Desde o início da ofensiva, as forças da Rússia caminham para tentar dominar Kiev, que tem sido alvo de constantes bombardeios. O governo da Ucrânia e as nações ocidentais acusam Moscou de atacar inclusive alvos civis, como hospitais e escolas, o que pode ser caracterizado como crime de guerra ou contra a humanidade.
Fora do campo de batalha, o cenário é desfavorável à Rússia, que tem sido alvo de todo tipo de sanções. Além das esperadas punições financeiras impostas pelas principais potencias globais, que já começaram a sufocar a economia russa, o país tem se tornado um pária global. Representantes russos têm sido proibidos de participar de grandes eventos em setores como esporte, cinema e música.
De acordo com o presidente dos EUA, Joe Biden, as punições tendem a aumentar o isolamento da Rússia no mundo. “Ele não tem ideia do que está por vir”, disse o líder norte-americano, referindo-se ao presidente russo Vladimir Putin. “Putin está agora mais isolado do mundo do que jamais esteve”.
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