Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONU News, da Organização das Nações Unidas
Em novo relatório, as Nações Unidas recomendam os países a baixar e a eliminar desigualdades “agudas e cruzadas” que barram os avanços para o fim da Aids.
Em 2019, o vírus HIV contaminou pelo menos 1,7 milhão de pessoas, mais que o triplo da meta de 500 mil novas infecções. No mesmo período ocorreram 690 mil óbitos relacionados à doença, superando a meta de reduzir as mortes para menos de 500 mil por ano definida para 2020.
O relatório aponta “contratempos adicionais” causados pela Covid-19. Sobre a situação, o secretário-geral advertiu que estes fatores não devem ser pretexto para não se atingir os alvos fixados. António Guterres apelou os países a não se dar ao luxo de investir menos do que é preciso na preparação e na resposta à pandemia.
A crise da Covid-19 gerou benefícios indiretos de investimentos para combater o HIV na saúde e no desenvolvimento. A prestação de serviços de resposta ao vírus pela comunidade ajuda a superar os obstáculos extraordinários da pandemia.
Entre as recomendações de Guterres está a de reduzir as novas infecções anuais por HIV para menos de 370 mil. Outra meta é baixar as mortes relacionadas à Aids para menos de 250 mil por ano até 2025.
O documento propõe ainda que seja priorizada a prevenção com vista a garantir que 95% das pessoas em risco de infecção tenham acesso a opções eficazes para esse propósito até 2025.
Metas
As Nações Unidas tentam implementar as metas 95–95–95 para teste e tratamento em todas as subpopulações, grupos de idade e contextos geográficos, incluindo crianças vivendo com o HIV.
As novas recomendações preveem ainda eliminar a transmissão vertical e acabar com a Aids pediátrica, priorizar a igualdade de gênero e os direitos femininos nos esforços para mitigar o risco e o impacto do vírus.
O relatório destaca ainda que deve haver um maior envolvimento de pessoas vivendo com HIV/Aids e a capacitação de comunidades, mulheres, adolescentes e jovens e outras populações-alvo para uma resposta ativa ao vírus.
O respeito proteção e observação dos direitos humanos das pessoas que vivem com o vírus, em risco e afetadas e garantir que, até 2025, menos de 10% dos soropositivos e populações-alvo vivam o estigma e discriminação.
Investimentos
Em países de baixa e média rendas a meta é US$ 29 bilhões até 2025. Guterres pede maior solidariedade global para fechar a lacuna de recursos de resposta e aumentar os investimentos anuais.
A ONU quer acelerar o progresso para a cobertura universal de saúde e reforço de sistemas de atenção primária à saúde, avanço em crises humanitárias e fortalecer a segurança sanitária global e a preparação para pandemias futuras.
Guterres destaca que sejam aproveitados os 25 anos de experiência, conhecimento e mandato do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, Unaids, para consolidar a colaboração multissetorial.
A meta é que com a cooperação com base em direitos para acabar com a Aids e proporcionar saúde para todos como um bem público global.
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