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terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Alemanha, Polônia e Suécia expulsam diplomatas russos em resposta a Moscou

Os Estados da UE (União Europeia) Alemanha, Polônia e Suécia expulsaram diplomatas russos em seus respectivos territórios nesta segunda-feira (8), confirmou a BBC.

A medida é uma resposta à ordem de saída da Rússia aos representantes dos países europeus e ocorre durante o encontro do chefe de política externa da UE, Josep Borrell, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, no domingo.

Moscou alega que os diplomatas da Alemanha, Polônia e Suécia no país se envolveram nos protestos a favor do opositor ao Kremlin Alexei Navalny. Manifestações irromperam em várias cidades do país após a prisão do político, no último dia 23.

Alemanha, Polônia e Suécia expulsam diplomatas russos em meio a divergências
O chefe da política externa da União Europeia, Josep Borrell, em encontro na capital do Chile, Santiago, em dezembro de 2018 (Foto: CreativeCommons/Casa de América)

As expulsões recíprocas indicam novo capítulo na deterioração das relações entre Moscou e Bruxelas. Borrell viajou a Moscou no domingo (7) para tentar conciliar a “tendência negativa” nas relações.

“A reação que recebi aponta para uma direção diferente”, escreveu o representante da UE. Além das expulsões dos diplomatas da UE durante a visita, Borrell denunciou uma “conferência de imprensa encenada de forma agressiva”.

“Isso indica que as autoridades russas não querem aproveitar a oportunidade de manter um diálogo. Embora não seja inesperado, a perspectiva estratégica russa é lamentável”, escreveu Borrell.

Tentativa de homicídio gera crise

A prisão de Navalny acelerou a tensão da UE com a Rússia. Um dos principais opositores de Vladimir Putin, o político sobreviveu ao envenenamento pela substância novichok em agosto de 2020.

Navalny acusa Putin de ordenar o ataque. O Kremlin nega qualquer envolvimento no caso e contesta a conclusão sobre o uso do novichok. À época do ataque, a mídia estatal russa alegou que Navalny se intoxicou “por ser alcoólatra“.

O político se recuperou na Alemanha – o que gerou novos atritos entre Berlim e Moscou. Desde então, a UE insiste pela soltura do oposicionista. “A discussão atingiu altos níveis de tensão porque pedi a libertação imediata e incondicional [de Navalny]”, relatou Borrell.

O representante da UE também disse ter pedido uma investigação completa e imparcial da tentativa de assassinato. “Minha reunião com o ministro Lavrov destacou que a Europa e a Rússia estão se distanciando”, pontuou.

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