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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

ONU: Com violência em Cabo Delgado, 1,3 milhão precisam de ajuda urgente

Este conteúdo foi publicado originalmente pelo portal ONU News, da Organização das Nações Unidas

Cerca de 1,3 milhão de pessoas precisam de auxílio humanitário e proteção devido à insegurança na província moçambicana de Cabo Delgado. As Nações Unidas estimam que a situação tem impacto em regiões vizinhas como Niassa e Nampula. 

A comunidade humanitária já vinha mobilizando cerca de US$ 254 milhões para atender as necessidades urgentes de 1,1 milhão de afetados em 2021. 

Até o final do ano passado, as três províncias do norte tinham cerca de 670 mil deslocados internos. Destes, aproximadamente 580 mil deixaram suas casas devido a centenas de incidentes violentos. 

Os casos de assassinatos, decapitações e sequestros alastraram-se a outras áreas. Em Cabo Delgado, forças de segurança nacionais realizam operações militares para conter grupos terroristas islâmicos

Família alojada em escola na Praia Nova, Cabo Delgado, após onda de violência e ciclone Eloíse ter forçado a saída de sua casa, em janeiro de 2021 (Foto: Unicef/Ricardo Franco)

Nas três províncias, 950 mil habitantes enfrentam fome severa, segundo a análise da Classificação da Fase Integrada de Segurança Alimentar. Fatores como conflito e deslocamento têm um efeito negativo sobre os meios de subsistência e mercados.  

A insegurança também aumentou o custo dos produtos básicos, especialmente nas áreas mais afetadas pelo conflito incluindo Palma, Macomia e Mocímboa da Praia

Apesar de as comunidades anfitriãs abrigarem 90% dos que fugiram do conflito, a situação coloca “enorme pressão” sobre os já escassos recursos nessas áreas. 

Doenças  

Os deslocados também sofrem com um novo surto de cólera que já matou pelo menos 55 pessoas. A equipe nacional da ONU confirmou que mais de 4,9 mil casos foram relatados até meados deste mês em diferentes distritos. 

Outra prioridade da ação humanitária é evitar doenças transmitidas pela água. Nessas regiões, os sistemas de água estão sobrecarregados e falta combustível. 

Com a insegurança foram destruídas 36% das unidades de saúde de Cabo Delgado. Em distritos como Mocímboa da Praia, Macomia, Muidumbe e Quissanga não há mais instalações de saúde. 

A situação afeta os esforços para oferecer cuidados nas áreas sexual e reprodutiva, atividades de imunização, acesso a antirretrovirais para pessoas vivendo com HIV e tratamento da tuberculose

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