O político “anti-establishment” Albin Kurti voltou ao poder no Kosovo no domingo (14). Líder do partido Vetevendosje (Autodeterminação), Kurti somou 48% dos votos e foi escolhido como primeiro-ministro na segunda eleição parlamentar em 18 meses.
Kurti teve o dobro dos votos ante seu resultado em 2020, quando foi eleito pela primeira vez como premiê, mesmo após ser proibido de concorrer pelo Tribunal Constitucional do país, apontou o diário britânico “Financial Times”.
Oposicionista na maior parte de sua trajetória política, o político saiu vitorioso em fevereiro de 2020 após angariar quase 30% dos votos por meio da promessa de criação de uma “plataforma anticorrupção” no país, de economia frágil, nos Bálcãs.
Menos de três meses depois, porém, uma moção de censura apoiada pelo então presidente norte-americano Donald Trump garantiu a remoção do premiê.
A saída de Kurti era estratégica naquele momento para a política externa dos EUA e visava um acordo entre o Kosovo e a Sérvia, que exige a reincorporação kosovar ao seu território. As negociações pelo reconhecimento mútuo entre as duas nações estão estagnadas.
Kurti defende uma união de Kosovo com a Albânia e pode fomentar um distanciamento do país, independente desde 2008, das potências ocidentais.
Em entrevista ao portal Euronews, o político voltou a afirmar que votaria sim em um referendo por uma união dos dois países. Mais de 90% dos 1,8 milhão de habitantes de Kosovo são albaneses étnicos.
Com a vitória, Kurti excluiu o PDK (Partido Democrático do Kosovo) de seu mandato. A sigla inclui o ex-presidente Hashim Thaci que renunciou em novembro em meio um julgamento por crimes de guerra durante o conflito separatista, no Tribunal Penal Internacional em Haia, na Holanda.
Na eleição, o PDK conquistou 17% dos votos. Já a LDK (Liga Democrática do Kosovo), também dominante desde a separação da Sérvia, teve 13% da preferência dos eleitores, reportou a alemã Deutsche Welle.
Histórico de oposição
Aos 45 anos, Kurti é um ex-prisioneiro politico que acusa as elites tradicionais de Kosovo de “desperdiçar os primeiros anos de independência” com corrupção e má administração.
Em entrevista, o político afirmou que o diálogo mediado pela UE (União Europeia) com a Sérvia não é prioridade – mas pode surpreender. Com o apoio popular, é possível que o novo líder kosovar consiga, enfim, articular um acordo.
Após a independência unilateral em 2008, o Kosovo possui o reconhecimento dos EUA e União Europeia. Sérvia e Rússia até hoje não reconhecem o território.
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