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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

ONU: 2021 deve representar retorno ao caminho certo, pede Guterres

Este conteúdo foi publicado originalmente pelo portal ONU News, da Organização das Nações Unidas

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou na sexta-feira (19) que os testes e desafios globais estão ficando maiores e mais complexos. O chefe da organização participou da Conferência de Segurança de Munique, que acontece de forma virtual.

Participaram no evento líderes mundiais como a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e os chefes de Estado da França, Emmanuel Macron, dos EUA, Joe Biden, e do Reino Unido, Boris Johnson.

“Apesar do aumento dos desafios, as respostas da comunidade internacional continuam fragmentadas e insuficientes”, disse Guterres. Segundo ele, a Covid-19 expôs fragilidades profundas que vão muito além da saúde pública. 

“A catástrofe climática está se aproximando, a desigualdade e a discriminação estão rasgando o tecido social, a corrupção está destruindo a confiança e a luta pelos direitos das mulheres enfrenta um retrocesso”, pontuou.

Além disso, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável não estão sendo alcançados, o comportamento no ciberespaço criou novos vetores de instabilidade e até o regime de desarmamento nuclear está se desgastando. “2021 deve ser o ano para voltar ao caminho certo”, disse o chefe da ONU.  

ONU: 2021 deve ser o retorno ao caminho certo, exorta Guterres
Pronunciamento do secretário-geral da ONU, António Guterres, na Conferência de Segurança de Munique, em fevereiro de 2021 (Foto: ONU/Eskinder Debebe)

Prioridades 

O secretário-geral destacou quatro prioridades para a comunidade internacional. Primeiro, um Plano Global de Vacinação. Segundo Guterres, o G20 das maiores economias do mundo está bem posicionado para uma Força-Tarefa de Emergência e a ONU cooperará para apoiar o esforço.

Em segundo lugar está a neutralidade de gases de efeito estufa até a metade do século. Até agora, países que representam mais de 65% das emissões e mais de 70% da economia mundial já assumiram esse compromisso.

Nesse sentido, Guterres lançou o desafio de se expandir essa aliança para 90% até à Conferência do Clima da ONU, que acontece em novembro em Glasgow. 

Para ele, isso deve começar com etapas concretas, como colocar um preço no carbono e acabar com os subsídios a combustíveis fósseis e reinvestir esses fundos em energia renovável e em uma transição justa. 

ONU: 2021 deve ser o retorno ao caminho certo, exorta Guterres
Refugiada da região de Tigré, na Etiópia, lava as poucas coisas que conseguiu levar consigo em meio aos conflitos em acampamento de deslocados no Sudão, novembro de 2020 (Foto: Unicef/Ahmed Abdalkarin)

Em terceiro lugar, é preciso aliviar as tensões geopolíticas. Segundo Guterres, não é possível resolver os problemas quando as maiores potências estão em conflito. “O mundo não pode permitir um futuro em que as duas maiores economias dividam o globo em duas áreas opostas”.

Nessa situação, cada área teria sua própria moeda dominante, regras comerciais e financeiras, internet e capacidade de inteligência artificial. A esse respeito, Guterres repetiu o apelo por um cessar-fogo global para 2021.

Por fim, em quarto lugar, o chefe da ONU disse que é hora de redefinir a governança global para o século 21. “Os acordos de segurança coletiva adotados há mais de 75 anos evitaram uma terceira guerra mundial, mas que agora é preciso que esses princípios comuns resistam no século 21”, apontou.

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