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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

ONU: Há preocupação com uso de força contra manifestantes em Mianmar

Este conteúdo foi publicado originalmente pelo portal ONU News, da Organização das Nações Unidas

As Nações Unidas expressaram esta terça-feira grande preocupação com relatos de uso de força por policiais e militares contra manifestantes, em Mianmar.

De acordo com os relatos, várias pessoas foram feridas, alguns delas de forma grave, na capital, Naypyidaw, Mandalay e outras cidades do país.

Apelo

Na semana passada, militares tomaram o poder após alegarem fraude nas eleições de novembro que deram vitória ao partido Liga Nacional para a Democracia, de Aung San Suu Kyi. A conselheira de Estado faz parte das dezenas de cidadãos, incluindo líderes políticos e parlamentares, que foram presos. 

ONU: Há preocupação com uso de força contra manifestantes em Mianmar
A política e ativista birmanesa Aung San Suu Kyi (centro) é questionada por jornalista em coletiva de imprensa da ONU (Foto: UN Photo/Violaine Martin)

Em nota, o coordenador residente da ONU no país, Ola Almgren, pediu “às forças de segurança que respeitem os direitos humanos e as liberdades fundamentais, incluindo o direito à reunião pacífica e à liberdade de expressão.”

Segundo ele, “o uso de força desproporcional contra os manifestantes é inaceitável.”

Almgren lembrou as palavras do secretário-geral da ONU, António Guterres, pedindo que a liderança militar respeite a vontade do povo de Mianmar, com quaisquer diferenças sendo resolvidas por meio do diálogo pacífico.

Nações Unidas

Na semana passada, o Conselho de Segurança realizou uma reunião de emergência sobre a situação no país asiático.  

Na sessão, a enviada especial do secretário-geral para o país, Christine Schraner Burgener, exortou o órgão a fazer pressão para evitar que a situação se agrave. 

Em nota publicada pelo porta-voz, o secretário-geral pediu “que a comunidade internacional fale a uma só voz.”  

Guterres expressou sua preocupação com transferência de todos os poderes legislativos, executivos e judiciais para os militares. Segundo ele, “esses acontecimentos representam um golpe sério nas reformas democráticas em Mianmar.”

ONU: Há preocupação com uso de força contra manifestantes em Mianmar
Parlamento de Naypyidaw, capital de Mianmar, em setembro de 2018 (Foto: WikiCommons/Mayor mt)

O secretário-geral afirmou ainda que as eleições gerais, que aconteceram em 8 de novembro de 2020, fornecem “um forte mandato à Liga Nacional para a Democracia, refletindo a vontade clara do povo de Mianmar de continuar no caminho duramente conquistado da reforma democrática.”

O presidente da Assembleia Geral, Volkan Bozkir, também se juntou às vozes pedindo a libertação imediata dos líderes políticos detidos.

Em sua conta oficial no Twitter, Bozkir disse que “as tentativas de minar democracia e o Estado de direito são inaceitáveis.” Segundo ele, “os líderes militares devem aderir às normas democráticas e respeitar as instituições públicas e a autoridade civil.”

Em nota, a alta comissária para os direitos humanos, Michelle Bachelet, alertou para a presença de segurança nas ruas da capital e outras cidades, dizendo que “há medos profundos de uma repressão violenta contra vozes dissidentes.”

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