Países como Israel e EUA já discutem a implementação de um passaporte global de vacinas – carteira, provavelmente digital, que garantiria a imunizados trânsito livre durante a pandemia. A medida, porém, encontra resistência entre europeus.
Mesmo adiantada na vacinação, a França já se manifestou contrária aos passaportes. Na Alemanha, o conselho de ética do governo defendeu que nenhum vacinado receba “condições especiais” por ter recebido a dose, informou o “The Guardian”.
Já Dinamarca e Suécia anunciaram planos de introduzir o documento até março, início da primavera no hemisfério norte.
O problema é que, com o rápido surgimento de mutações da Covid-19, as vacinas atuais podem oferecer menor proteção a algumas variantes do novo coronavírus. Também não há evidências suficientes para determinar se as pessoas inoculadas podem infectar outras, caso sejam assintomáticas.
Em Israel, a principal reivindicação vem da tentativa em retomar a atividade a níveis pré-pandemia em setores como turismo e comércio – dois dos mais afetados em 2020.
Com capacidade para vacinar quase 100% dos nove milhões de habitantes, o país tenta fechar acordos para seus cidadãos retomarem as viagens ao exterior, informou a Bloomberg.
Na última segunda-feira (7), o país anunciou um acordo recíproco de viagens com a Grécia, onde o turismo é um dos principais motores da economia.
O governo em Tel Aviv também negocia acordos semelhantes com o Chipre e as Ilhas Seychelles. Israel planeja ainda abrir as fronteiras para pessoas que apresentem teste negativo de Covid-19 e certificado de vacinação.
Nos EUA, o presidente Joe Biden já pediu às agências governamentais que verifiquem a viabilidade de um passaporte de vacinas.
Regras e desigualdades
No setor privado, restaurantes e cinemas aplicam suas próprias regras e muitos já oferecem serviços presenciais aos vacinados. É o caso da empresa de ingressos alemã Eventim, que já tem shows e torneios exclusivos para os imunizados.
A companhia aérea australiana Qantas também já sinalizou que os passageiros aéreos internacionais terão de provar que receberam a vacina antes do embarque, segundo a britânica BBC.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) foi contrária à criação dos passaportes de vacinados. Segundo a agência, a medida criaria uma hierarquia e aprofundaria a desigualdade já existente na distribuição das doses no mundo.
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