O sistema de alerta de conflitos da União Africana, que pauta a resposta do bloco em todo o continente, demanda uma “reforma urgente”. A conclusão é do relatório de fim de mandato do presidente da Comissão do bloco, Moussa Faki Mahamat.
Segundo o texto, divulgado na última quinta (11), a União Africana poderia ter evitado o conflito de Tigré, na Etiópia, caso agisse já nos primeiros sinais de disputa entre as autoridades locais e o governo federal, no ano passado.
A equipe, eleita em 2017, aponta que o bloco terá de realizar uma atualização desse sistema. Com ajustes, o alerta da UA ajudará a interromper outros conflitos regionais já no nascedouro, aponta o documento.
“O recente conflito na Etiópia traz à tona a necessidade de a União Africana investir em sistemas de alerta”, diz o relatório. “Respostas antecipadas evitariam desastres humanitários”.
O documento é uma declaração de responsabilidade da equipe à frente da Comissão. Ele sugere que o bloco africano falhou ao não negociar para prevenir as disputas armadas em Tigré.
Ahmed rejeitou mediação
Pouco antes da eclosão do conflito, em 11 de novembro, o primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed rejeitou o uso da mediação em Tigré. O premiê, Nobel da Paz de 2019, definiu a investida militar federal como uma “operação de aplicação da lei”, apontou a emissora Voice of Africa.
Ahmed definiu como “desobediência civil” a decisão de autoridades locais de realizarem eleições após adiamento imposto pelo governo em Adis Abeba. Desde então, o conflito se espalhou para outras regiões e países vizinhos, como a Eritreia e o Sudão.
Cerca de 350 pessoas foram presas desde o início do conflito armado. A grande maioria está ligada à Frente de Libertação do Povo Tigré, que lidera o avanço contra as forças etíopes.
O post Alerta de conflitos da União Africana requer ‘reforma urgente’, diz relatório apareceu primeiro em A Referência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário, evite comentários depreciativos e ofensivos