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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Alerta de conflitos da União Africana requer ‘reforma urgente’, diz relatório

O sistema de alerta de conflitos da União Africana, que pauta a resposta do bloco em todo o continente, demanda uma “reforma urgente”. A conclusão é do relatório de fim de mandato do presidente da Comissão do bloco, Moussa Faki Mahamat.

Segundo o texto, divulgado na última quinta (11), a União Africana poderia ter evitado o conflito de Tigré, na Etiópia, caso agisse já nos primeiros sinais de disputa entre as autoridades locais e o governo federal, no ano passado.

A equipe, eleita em 2017, aponta que o bloco terá de realizar uma atualização desse sistema. Com ajustes, o alerta da UA ajudará a interromper outros conflitos regionais já no nascedouro, aponta o documento.

Alerta de conflitos da União Africana requer 'reforma urgente', diz relatório
Refugiada da região de Tigré, na Etiópia, lava as poucas coisas que conseguiu levar consigo em meio aos conflitos em acampamento de deslocados no Sudão, em registro de novembro de 2020 (Foto: Unicef/Ahmed Abdalkarin)

“O recente conflito na Etiópia traz à tona a necessidade de a União Africana investir em sistemas de alerta”, diz o relatório. “Respostas antecipadas evitariam desastres humanitários”.

O documento é uma declaração de responsabilidade da equipe à frente da Comissão. Ele sugere que o bloco africano falhou ao não negociar para prevenir as disputas armadas em Tigré.

Ahmed rejeitou mediação

Pouco antes da eclosão do conflito, em 11 de novembro, o primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed rejeitou o uso da mediação em Tigré. O premiê, Nobel da Paz de 2019, definiu a investida militar federal como uma “operação de aplicação da lei”, apontou a emissora Voice of Africa.

Ahmed definiu como “desobediência civil” a decisão de autoridades locais de realizarem eleições após adiamento imposto pelo governo em Adis Abeba. Desde então, o conflito se espalhou para outras regiões e países vizinhos, como a Eritreia e o Sudão.

Cerca de 350 pessoas foram presas desde o início do conflito armado. A grande maioria está ligada à Frente de Libertação do Povo Tigré, que lidera o avanço contra as forças etíopes.

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