A China estuda a possibilidade de limitar a exportação de minerais de terras-raras aos EUA, de acordo com o britânico “Financial Times”. Os elementos são essenciais para fabricação de jatos de combate, como o F-35, e outros armamentos sofisticados.
As terras raras são 17 metais essenciais à fabricação de produtos de alta tecnologia, como smartphones, veículos elétricos, drones e mísseis. Cada F-35, da Lockheed Martin, exige 417 quilos de terras raras em seus sistemas de energia e ímãs, segundo estudo do Congresso dos EUA.
O Ministério da Indústria da China já teria proposto controles preliminares sobre a produção e exportação dos minerais de terras-raras em janeiro. Cerca de 80% de toda a importação dos EUA desses elementos vêm da China.
Em outubro, o então presidente norte-americano Donald Trump chegou a assinar uma ordem emergencial para impulsionar a produção nacional de minerais de terras-raras, com o objetivo de reduzir a dependência dos chineses.
De acordo com o portal especializado Defense News, Washington aposta em soluções de curto prazo para aumentar a mineração de fontes domésticas e buscar alternativas para diversificar a base de fornecedores.
As restrições chinesas são parte da batalha comercial e tecnológica entre as duas potências mundiais, aceleradas desde o início da pandemia. Com a medida, Beijing vê também uma oportunidade de aumentar a oferta dos minerais para sua crescente demanda doméstica.
Na sexta-feira (19), o órgão anunciou um aumento da cota de produção para o primeiro semestre. Agora, a China passa a permitir a extração de 84 mil toneladas de minérios, aumento de 30% ante a cota permitida até o ano passado, de 66 mil toneladas, informou a japonesa “Nikkei Asia”.
Demanda doméstica
O aumento da cota seria um esforço para conter o que o governo chinês vê como excessiva dependência de materiais importados. Embora seja o maior produtor mundial de terras-raras, a China ainda importa minerais de países vizinhos como Mianmar, Malásia e Vietnã.
Em 2020, entraram no país 47 mil toneladas – um quarto da demanda interna total. Com a matéria-prima, a China quer aumentar a proporção de veículos híbridos no total dos carros novos vendidos no país até 2035 e investir na produção de robôs.
Beijing passou a estabelecer limites à produção das terras-raras em 2007. À época, o objetivo era manter os preços altos, por meio do controle da demanda, e reduzir a poluição.
“Embora a quantidade de elementos usada em um produto possa não ser parte total de seu peso ou volume, sem eles o funcionamento dos dispositivos não seria possível”, segundo o relatório do Congresso dos EUA.
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