Este conteúdo foi publicado originalmente pelo portal ONU News, da Organização das Nações Unidas
A Acnur (Agência da ONU para Refugiados) alertou sobre as atrocidades cometidas por grupos armados no leste da República Democrática do Congo.
Um comunicado publicado na terça (16) destaca a morte de mais de 2 mil civis em três províncias orientais em 2020. Esses atos seriam parte de um padrão sistemático para agitar a vida de civis, provocar medo e criar confusão, diz a nota.
Conforme a agência, há locais de acolhimento a pessoas forçadas a deixar suas casas após ataques na província de Kivu do Norte. Conforme o porta-voz do Acnur, Babar Baloch, o total recorde de civis mortos ocorreu nas três províncias do leste.
Grupos armados seriam os responsáveis por 1.240 mortes em Ituri, 590 em Kivu do Norte e 261 em Kivu do Sul, confirmou Baloch. Em 2021, os assassinatos e sequestros têm continuado em Kivu do Norte.
Entre os alvos estão civis obrigados a deixar suas áreas de origem. Mais de 88 mil deslocados vivem em 22 locais apoiados pelas Nações Unidas no país africano.
Aumento da violência
O número subiu após pelo menos sete incursões realizadas em cinco locais diferentes do território Masisi, em Kivu do Norte, entre dezembro e janeiro. Os grupos armados determinam toques de recolher e forçam os chamados “pagamentos de segurança e impostos”.
A Acnur relata ainda suspeitas de colaboração de outros grupos ou forças de segurança congolesas nesses atos. A agência recebeu relatos da ocupação forçada de escolas, residências e ataques realizados em centros de saúde.
“O apelo a todos os envolvidos é que respeitem o caráter civil e humanitário dos locais que acolhem deslocados”, disse Baloch. A agência defende novas investigações independentes sobre os crimes na região e a responsabilização.
Mais de 5 milhões de pessoas se deslocaram em meio a ondas de insegurança e violência nos últimos dois anos. Pelas estimativas da agência, cerca de 2 milhões desse total teriam sido desabrigadas somente no Kivu do Norte.
O Acnur disse ter recebido 6% dos US$ 195 milhões que precisa para financiar as operações contra grupos armados na RD Congo.
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