Este conteúdo foi publicado originalmente pelo portal ONU News, da Organização das Nações Unidas
O secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou que a pandemia está expondo “princípios fundamentais” num discurso à 46ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos, nesta segunda-feira (22).
Na reunião virtual, o chefe da ONU apontou a recuperação da crise como uma chance para a transformação. Segundo ele, agora é a hora de reiniciar, reformular e reconstruir.
“A recuperação deve ser feita de forma regulada pelos direitos humanos e pela dignidade universal”, pontuou. Guterres acredita que os direitos humanos permitem a interconexão, facilitam a resolução de tensões e promovem uma paz duradoura.
“Esses princípios que estão na linha de frente da construção de um mundo com dignidade e oportunidade para todos”, pontuou. O secretário-geral enfatizou, porém, algumas pressões enfrentadas na área de direitos humanos como racismo, xenofobia e desigualdade de gênero.
Guterres quer uma revitalização do combate ao neonazismo, da supremacia branca e do terrorismo com motivação racial e étnica. “O perigo está crescendo a cada dia”, pontuou ao Conselho da ONU.
“A crise tem rosto feminino”
Para ele, a pandemia exacerbou ainda mais a profunda discriminação a mulheres e meninas. “A crise tem rosto feminino”, disse. Guterres realçou que a violência a mulheres, em todas as formas, disparou durante a pandemia.
As situações envolvem desde o abuso online até ao tráfico, exploração sexual e casamento infantil, além da violência dentro de casa. “Um mundo dominado por homens vai gerar resultados masculinos”, advertiu.
Quanto à pandemia, Guterres citou como ultraje moral o fracasso em garantir a equidade de vacinação. Apenas dez países administraram 75% de todas as vacinas contra a Covid-19 e mais de 130 nações não receberam uma única dose.
Já a alta comissária para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, disse que a pandemia desmascarou realidades de discriminação. “O impacto na saúde está longe chegar ao fim, embora os efeitos nas economias, liberdades, sociedades e as pessoas estejam apenas começando”, apontou.
O presidente da Assembleia Geral, Volkan Bozkir, disse que a pandemia não tem sido apenas uma crise de saúde, mas “uma crise de direitos humanos”. Para ele, todas as respostas devem garantir que estes princípios estejam em evidência como a defesa do acesso igual às vacinas.
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