A OMS (Organização Mundial da Saúde) descartou qualquer possibilidade de a Covid-19 ter sido criada em laboratório. Especialistas estão na China desde 15 de janeiro para investigar as origens da transmissão do vírus em humanos.
Na exposição do estudo, transmitida ao vivo, o chefe da delegação da OMS, Peter Ben Embarek, afirmou que é “extremamente improvável” que o vírus tenha vazado de um laboratório. Segundo ele, não há hipótese palpável para apoiar a pesquisa.
A verificação contradiz as correntes conspiratórias que alimentaram ondas de xenofobia contra chineses desde o início da pandemia em todo o mundo. Além disso, a investigação não identificou qualquer indício de transmissão da Covid-19 em Wuhan antes de dezembro de 2019.
Os primeiros casos hospitalizados datam da madrugada de 1º de janeiro de 2020, em Wuhan. A equipe disse ainda não ter clareza sobre como o vírus se espalhou para os humanos ou o motivo para o surto ter começado na cidade.
Conforme o líder da equipe de pesquisadores da China, Wannian Liang, é provável que o vírus tenha tido duas fases de desenvolvimento. A primeira aponta a circulação viral entre hospedeiros animais.
Apesar da equipe não ter identificado o hospedeiro central, as possibilidades incluem pangolins, morcegos e, mais suscetíveis, martas. Em termos genéticos, o coronavírus que mais se assemelha com a Covid-19 está nos morcegos-ferradura e pangolins.
A segunda fase envolve a evolução do vírus entre os humanos. “Nossas descobertas iniciais sugerem que a introdução [do vírus em humanos] ocorreu por meio de uma espécie hospedeira intermediária. É o caminho mais provável e exigirá uma pesquisa mais direcionada”, pontuou Embarek.
Vírus pode ter se espalhado em congelados
Outra teoria é que o vírus tenha se espalhado nas embalagens de alimentos congelados. Nesse caso, a Covid-19 pode ter vindo de um animal, que contaminou uma superfície e infectou o ser humano a partir do contato direto.
A possibilidade é que a transmissão tenha ocorrido no Mercado Huanan, em 19 de dezembro. Antes disso, não há registro de indícios ou casos de doença semelhante na China.
“O mercado lidava com produtos derivados de animais congelados e também havia vendedores que vendiam animais selvagens domesticados”, disse Embarek.
No local não haviam apenas chineses, mas também vendedores do exterior. Ainda não há, porém, identificação da Covid-19 na rede de frios, disse a OMS. “É preciso fazer um mapeamento nas lojas que vendem estes produtos. Precisamos de mais pesquisas”, disse Liang.
Próximos passos
A equipe de especialistas da OMS apontou que a pesquisa sobre as origens da Covid-19 deve continuar. Os próximos passos incluem a expansão de banco de dados para além da China.
A investigação averiguará a principal alegação de Beijing, de que o vírus não se originou dentro do país. Os pesquisadores ainda devem explorar novas abordagens para o uso de testes sorológicos.
O objetivo é identificar possíveis vestígios do vírus antes de dezembro de 2019. Outra rede se debruçará sobre os alimentos congelados e a possível transmissão do vírus através desses produtos.
“Mudamos drasticamente a imagem que tínhamos antes? Creio que não”, disse Embarek. “Melhoramos o nosso entendimento e acrescentamos detalhes à investigação? Com certeza”.
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