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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Facebook bane páginas da Austrália após exigência de remuneração a criadores

O Facebook bloqueou a visualização e o compartilhamento de notícias na Austrália nesta quarta (17). A medida vem na sequência de uma lei que tenta obrigar a empresa e o Google a pagar pelo conteúdo replicado em seus agregadores e redes sociais.

As restrições, porém, se estenderam a serviços de saúde e emergência. Nas redes, a decisão gerou revolta por acontecer um dia antes da nova rodada da campanha de vacinação contra a Covid-19, informou o diário britânico “Financial Times”.

A decisão, que também envolve notícias de veículos locais e internacionais, é o ápice de meses de tensão entre a plataforma, o governo australiano e as empresas de mídia do país.

Facebook bane páginas da Austrália após lei tentar forçar remuneração a criadores
Interface do Facebook em abril de 2016 (Foto: Reprodução/Pascal Paukner)

Os parlamentares voltaram a debater a lei na segunda-feira (15). O objetivo é redefinir os termos do acordo entre editoras e empresas de tecnologia na Austrália. Canadá, União Europeia e Reino Unido já anunciaram que consideram medidas semelhantes.

No projeto, acessado pela norte-americana CNN, os legisladores apontam que os meios de comunicação poderão negociar de forma individual ou coletiva com o Facebook e com o Google pela remuneração das notícias veiculadas nas plataformas.

De acordo com o britânico “The Guardian”, a sede do Facebook na Austrália restaurou as páginas do governo afetadas pelo bloqueio até às 12h no horário local (22h no horário de Brasília).

Discussões e ameaças

Em janeiro, o Facebook ameaçou boicotar o compartilhamento de notícias caso o projeto se tornasse lei. “O Facebook não rouba conteúdo noticioso. Os editores optam por compartilhá-los”, disse Campbell Brown, representante da Big Tech.

“As grandes empresas de tecnologia pensam que são maiores que os governos e que as regras não deveriam se aplicar a elas”, criticou o primeiro-ministro australiano Scott Morrison. “Elas podem estar mudando o mundo, mas isso não significa que o comandam.”

Uma das principais vozes pela aprovação da lei é a de Rupert Murdoch, fundador da News Corp, maior conglomerado de mídia da Austrália e dono de dezenas de veículos do Reino Unido e nos EUA.

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