Em uma megaoperação especial e integrada, realizada na noite desta quarta-feira (24) no Centro de Sorocaba, foram feitas abordagens sociais a pessoas em situação de rua que costumam frequentar aquela região, abrigando-se sob as marquises.
A megaoperação reuniu a GCM, com a participação de 11 guardas civis em cinco viaturas; a Polícia Militar, com seis policiais e as equipes da Secretaria da Cidadania e do SOS (Serviço de Obras Sociais), com o apoio da Urbes – Trânsito e Transporte. Ao todo, mais de 50 pessoas estiveram envolvidas na ação. Uma equipe do Samu também ofereceu suporte à operação.
Participaram, ainda, os secretários da Cidadania, Clayton Lustosa, da Segurança Urbana, Coronel Vitor Gusmão, e o controlador geral do município, João Alberto Corrêa Maia.
“O objetivo é sempre abordar, identificar e dar acolhimento a essas pessoas. Sabemos que, quando a pessoa está na rua, muitos problemas podem levar a isso. Identificar adequadamente cada situação nos ajuda a oferecer o melhor auxílio possível”, afirma Clayton Lustosa, secretário da Cidadania.
Esse zelo pode ser o diferencial para que essas ações sociais tenham êxito. Na operação realizada à noite, 26 pessoas foram abordadas e três concordaram em receber atendimento no SOS. Por isso mesmo, é tão importante que essas operações ocorram com frequência, pois permitem estabelecer um diálogo e a aproximação com essas pessoas.
“Muitas não são da cidade. As pessoas chegam aqui, muitas vezes, sem nenhum vínculo familiar ou de trabalho. Sem condições de retornar e sem dinheiro, acabam nas ruas. Grande parte tem problemas com álcool ou outros tipos de drogas. Várias têm problemas de saúde. Há poucos dias, atendemos um médico cubano e o interesse dele era voltar ao país de origem. Nós ajudamos, colocando-o em contato com o Consulado. Um senhor, vindo da Bahia, também estava ansioso para conseguir retornar ao lar e demos todo apoio necessário a isso”, relata João Aberto Corrêa Maia, controlador geral do município.
Na conversa com os assistentes sociais, costuma ficar claro que a rua não é o desejo final dessas pessoas, mas um meio de sobrevivência e, em geral, o único. O Sr. Admir, por exemplo, contou que tem família, moradores da Zona Norte, mas que o seu vício em álcool é o que impede hoje a convivência no lar. Ao lado dele, outro homem conta que era pedreiro, mas quebrou o ombro ao sofrer um acidente e está, há pelo menos oito meses, sem trabalho e vivendo nas ruas. O vício em bebida e álcool o atrapalham a arrumar outro emprego.
Algumas narrativas são contraditórias ou desconexas. Como a do homem que afirmou primeiro estar vindo de São Paulo para procurar trabalho. Em seguida disse que a família vivia em Vitória (ES), para onde ele gostaria muito de voltar. E, na sequência, pediu uma passagem para Mauá, de onde ele disse que viria.
É comum encontrar quem não tenha nenhum documento. O apoio oferecido por agentes da Secretaria da Saúde (SES), além disso, contribui para identificar quem necessita de suporte nessa área. A escuta e o acolhimento oferecidos ao longo de toda a operação são essenciais para dar uma nova perspectiva de vida às pessoas atendidas, ajudando-as a se reintegrar à própria família e à sociedade.
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