Este conteúdo foi publicado originalmente na agência ONU News, da Organização das Nações Unidas
O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, disse ao Conselho de Segurança que a prioridade mais urgente no Iêmen agora é evitar uma fome massiva.
Os dados mostram que 16 milhões passarão fome em 2020. Cerca de 50 mil pessoas já estão nesta situação. Outros 5 milhões já se encontram na iminência de fome.
A preocupação é sobre a decisão dos EUA de incluir o grupo Ansar Allah, também conhecido como houthi, como entidade terrorista. A medida deve começar a vigorar nesta terça (19).
Durante meses, as agências humanitárias se opuseram à medida, pois acreditam que isso deve acelerar a fome no Iêmen em uma grande escala.
Iêmen importa 90% dos alimentos
O Iêmen importa 90% de seus alimentos e quase toda a comida entra no país por canais comerciais, apontou Lowcock. Além disso, as agências de ajuda não podem substituir esse sistema de importação.
Nos últimos meses, o Ocha (Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários) conversou com comerciantes para entender o possível impacto da decisão dos Estados Unidos.
“Vários empreendedores afirmaram que não há certeza se conseguiriam continuar importando alimentos nessas circunstâncias”, relatou Lowcock. Muitos iemenitas já lotam mercados e lojas para estocar tudo que podem. As famílias têm medo de ficar sem alimentos.
Conforme Lowcock, alguns fornecedores, bancos, seguradoras e transportadores já afirmaram que pretendem sair do Iêmen por temer o alto risco. Se confirmado, a escala de fome pode ser a maior em 40 anos.
Financiamento
Em 2020, a ONU recebeu US$ 1,7 bilhão para seu plano de resposta, cerca de metade do que precisava. E menos da metade do que recebeu em 2019.
Em anos anteriores, a operação ajudava 13,5 milhões de pessoas todos os meses, mas agora está ajudando pouco mais de 9 milhões. Menos dinheiro significa interromper programas importantes, incluindo ajuda alimentar.
Mark Lowcock também informou que a ONU (Organização das Nações Unidas) lançará o plano de resposta 2021 em fevereiro. O método será semelhante ao plano de 2020, com cerca de US$ 3,4 bilhões previstos.
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