EUA quer designar rebeldes houthis do Iêmen como ‘grupo terrorista’

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, já notificou o Congresso norte-americano para designar a Ansarallah, organização reconhecida como a dos rebeldes houthis do Iêmen, como grupo terrorista.

Em documento lançado neste domingo, Pompeo afirma que a designação entrará em vigor no dia 19 – um dia antes da posse de Joe Biden. O movimento é mais um golpe diplomático às futuras relações do democrata, que prometeu ajustar as relações com o Irã.

Além dos houthis, apoiados por Teerã, o Departamento de Estado dos EUA também planeja redesignar Cuba como um “Estado patrocinador do terrorismo”, disseram funcionários ao “Washington Post”.

O governo avaliava a designação formal dos rebeldes houthis há meses, disseram as fontes. O esforço, no entanto, ficou parado após desacordos internos sobre possíveis sanções ao Iêmen, que vive a mais grave crise humanitária do mundo.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, ao retornar de visita a Israel, em novembro de 2020 (Foto: U.S. Department of State/Ron Przysucha)

“Essas designações fornecerão ferramentas adicionais para enfrentar o terrorismo de Ansarallah, uma milícia mortal apoiada pelo Irã na região do Golfo”, disse Pompeo.

Sem sanções que interfiram no trabalho humanitário, as designações devem responsabilizar Ansarallah pelos atos terroristas contra a população civil, infraestrutura e transporte comercial.

Pompeo afirmou ainda que os EUA buscar aumentar o envio de ajuda ao governo iemenita, apoiado pela Arábia Saudita.

Cuba-EUA

A volta de Cuba à lista dos países patrocinadores do terrorismo era uma reivindicação antiga de Pompeo. O país caribenho saiu da relação ainda no governo de Barack Obama, que prometeu assumir uma postura de reaproximação com a ilha.

Apesar de legal, não está claro se todos os critérios técnicos para o retorno foram cumpridos. Pompeo cita o apoio cubano ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, como a principal justificativa para a mudança, disseram autoridades.

Outro plano de Pompeo até a saída do cargo é apresentar supostas “ligações explícitas” entre o Irã e a Al Qaeda. Com os documentos, o objetivo é aplicar novas sanções às entidades iranianas.

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